A presidente eleita Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira em Seul, onde participa como convidada da reunião do G20 que tratará de temas da economia global, que a política do dólar fraco é prejudicial para todos os países.
"Acho que é grave para o mundo inteiro a política do dólar fraco. Essa é uma questão que sempre causou problemas. A política do dólar fraco faz com que o ajuste americano fique na conta das outras economias", avaliou Dilma em declarações a jornalistas após passeio pela capital sul-coreana, segundo a Agência Brasil.
Medidas adotadas pelos Estados Unidos e pela China, que provocaram a desvalorização de suas moedas, devem ser um dos temas principais do encontro que acontece nesta quinta e na sexta-feira em Seul.
Entre essas medidas, estão a decisão do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de adquirir 600 bilhões de dólares em títulos para injetar recursos na economia.
De acordo com a Agência Brasil, Dilma avaliou a medida como protecionista. "Acho que gera um protecionismo camuflado, como forma de se proteger", disse ela.
A presidente eleita, no entanto, lembrou que não poderá tratar do tema durante sua estada em Seul. Ela participa do encontro como convidada e fez questão de afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem representará o Brasil no encontro.
Ao chegar à capital sul-corena, por sua vez, Lula disse que foi ao encontro do G20 para negociar, não para brigar. Na semana passada, no entanto, o presidente disse em entrevista coletiva ao lado de Dilma que iria "para o G20 para brigar".
"Se eles já tinham problema para enfrentar o Lula, agora vão enfrentar o Lula e a Dilma", disse o presidente na ocasião.
Nesta quinta, entretanto, Lula adotou uma postura mais conciliadora. "Vim negociar. Não tenho mais idade para brigar", garantiu em sua chegada ao país, também segundo informações da Agência Brasil.