A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira uma ação integrada dos países da América do Sul no combate aos efeitos da atual crise financeira que assola países desenvolvidos sobre as economias da região.
Ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após encontro entre ambas no Palácio do Planalto, Dilma também minimizou os recentes atritos comerciais com o país vizinho, no que foi imediatamente seguida por Cristina.
"Devemos definir ações conjuntas e concretas para defender nossos países da excessiva liquidez que valoriza artificialmente nossas moedas e da avalanche de produtos manufaturados que, não encontrando mercado nos países desenvolvidos, atingem o emprego e indústrias de nossas regiões", disse Dilma.
Na semana que vem ministros da Fazenda da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) se reunirão em Lima para tratar da atual crise financeira e, na semana seguinte, os presidentes de bancos centrais dos países da região tratarão do assunto em Buenos Aires.
Atualmente, Brasil e Argentina vivem uma tensão na relação bilateral, agravada após a decisão brasileira de impor licenças não-automáticas à importação de veículos em maio, reação à adoção de medida semelhante pelo país vizinho a diversos produtos brasileiros.
Ambas, no entanto, minimizaram os ruídos comerciais. Para Dilma, os problemas pontuais "são de pouca monta". Já a presidente argentina, disse que "não pode haver incompatibilidades" entre os setores privados argentino e brasileiro.
"O crescimento da Argentina não tem que ser visto como ameaça por nenhum empresário brasileiro", disse Cristina.
As tensões no comércio bilateral não estiveram na pauta de conversas entre as duas presidentes, segundo o governo brasileiro.
No comunicado conjunto, Dilma expressou apoio do governo brasileiro à reivindicação argentina de soberania nas Ilhas Malvinas, atualmente sob domínio britânico. O território foi motivo de uma guerra entre Argentina e Grã-Bretanha em 1982. A presidente argentina agradeceu o apoio brasileiro nesta questão.
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