A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (4) que a indústria da construção civil fica mais competitiva com as novas medidas de estímulo ao setor anunciadas pelo governo, em mais um esforço para impulsionar investimento e esquentar a economia após um crescimento fraco no terceiro trimestre. O governo anunciou medidas que incluem a desoneração da folha de pagamento do setor, numa renúncia fiscal estimada em 2,8 bilhões de reais por ano, além de redução tributária e capital de giro facilitado. "As medidas de desoneração aqui anunciadas, por exemplo, transferir a base de contribuição do INSS da folha de pagamento para o faturamento reduz o custo e facilita a contratação de mão-de-obra, torna mais competitiva a indústria da construção civil", disse Dilma após o anúncio das medidas, durante a celebração da entrega da casa de número 1 milhão do programa Minha Casa, Minha Vida. A economia brasileira teve crescimento de apenas 0,6% no terceiro trimestre, metade do que previa o mercado, e os investimentos no país tiveram a pior retração desde o primeiro trimestre de 2009, auge da crise econômica internacional. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse no anúncio das medidas que o objetivo de do pacote "é estimular o investimento do país". O governo já anunciou medidas de estímulo a diversos setores produtivos, como automotivo, têxtil, calçados e tecnologia, que apontam a alta carga tributária como um dos fatores para perda de competitividade. Segundo Dilma, o setor da construção vinha há tempos reinvindicando benefícios. Minha Casa
O Minha Casa, Minha Vida tem a meta de contratar e entregar um total de 3,4 milhões de moradias até o fim de 2014, quando termina o mandato de Dilma, que poderá buscar reeleição. Dilma disse que seu governo deixará preparada uma etapa posterior do programa, para que ele continue vigorando após 2014. A primeira etapa do programa foi lançada em abril de 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e resultou em 1 milhão de unidades habitacionais contratadas até o final de 2010. A segunda fase, anunciada em meados de junho de 2011, prevê 2,4 milhões de moradias contratadas até 2014, sendo metade do volume para a população que ganha até 1.600 reais --a chamada faixa 1. Até agora, foram contratadas 1 milhão de unidades na segunda fase. Associações e sindicatos ligados ao setor, entretanto, vêm alertando para o fato das contratações para a população que ganha até três salários mínimos estarem aquém do previsto. Apesar do governo ter elevado no fim de agosto o valor máximo para as contratações na faixa 1 do programa em cerca de 15,6 por cento, para 76 mil reais, a construção de moradias nas principais capitais é apontada como inviável pelo setor. Com os resultados apresentados nesta terça-feira, o programa tem o saldo de 1,4 milhão de moradias a contratar até 2014, além da entrega de mais de 2 milhões de unidades concluídas, sem que haja um prazo estabelecido para isso.