A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, em Pequim, que pretende "derrubar" o juro ao longo de seu governo, para torná-lo compatível com a taxa internacional. "Não vou derrubar depois de amanhã. Estou dizendo que é num horizonte de quatro anos. É possível, sim, perfeitamente. Esse é o desafio que o Brasil vai ter de enfrentar, pelo menos desta vez", afirmou.
A declaração de Dilma ocorreu ao término de um dia repleto de compromissos entre ela e o presidente da China, Hu Jintao. Em rápida entrevista, a presidente admitiu que o câmbio no Brasil ainda é motivo de "grande preocupação". "Nós temos tomado todas as medidas num quadro em que a política cambial é de câmbio flexível. Todos nós sabemos, perfeitamente, o porquê nós estamos (fazendo isso). Vai desde a política de ajuste dos países desenvolvidos até o fato de que o Brasil ainda opera com taxa de juro mais elevada que o resto do mundo", argumentou a presidente. "Não é uma situação que nós resolvamos por decreto."
Dilma afirmou que o governo está "consciente, alerta e tomando todas as medidas necessárias para que isso não se transforme em problema maior do que já é." Ao ser questionada sobre as reclamações de empresários brasileiros, que dizem ter dificuldades para exportar para a China, justamente por conta do câmbio, a presidente disse que hoje o mundo assiste a um processo pelo qual a disponibilidade de grande liquidez provoca processos "extremamente instáveis" de valorização de moedas. "Temos visto um esforço imenso que o Ministério da Fazenda e o Banco Central vêm fazendo no sentido de coibir movimentos especuladores. Vamos continuar perseguindo isso", insistiu.
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