A presidente Dilma Rousseff foi duramente criticada e dois ministros que representaram o governo foram vaiados no evento de comemoração do Dia do Trabalhador promovido pela Força Sindical.

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A comemoração aconteceu na praça Campo de Bagatelle, em Santana, na zona norte da capital paulista. Os dois principais candidatos de oposição à Dilma na eleição ao Planalto foram convidados para protagonizar os discursos: o senador Aécio Neves (PSDB-SP) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE).

Mas os ataques mais duros à presidente vieram do anfitrião do evento e presidente licenciado da Força, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força. Ele culpou Dilma pela desvalorização da Petrobras, disse que o governo da petista era corrupto e chegou a insinuar que a petista poderia ser presa junto aos condenados do mensalão na Papuda, em Brasília, pelas acusações de má gestão na estatal.

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"O governo que deveria dar o exemplo está atolado na corrupção. Se fizer o que a presidente Dilma falou ontem, quem vai parar na Papuda é ela", disse.

A presidente Dilma anunciou ontem, em pronunciamento na TV pelo Dia do Trabalho, aumento de 10% no Bolsa Família, correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda na fonte no ano que vem e promessa de manter a política de valorização do salário mínimo --a atual acaba no fim de 2015.

O deputado Paulinho da Força comanda o Solidariedade, partido que apoia Aécio na disputa eleitoral pela Presidência no ano que vem. Quando fez o ataque, Paulinho estava ao lado de Aécio Neves. Eduardo Campos ainda não havia chegado.

O senador mineiro discursou logo em seguida. Ele disse iria retirar a Petrobras das "garras" do atual governo.

Destacou a pressão inflacionária e disse que Dilma não participou de eventos no primeiro de maio. "Ela não veio aqui para olhar para vocês", atacou. Aécio fechou seu discurso dizendo que voltaria no próximo ano como presidente eleito.

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Antes de falar ao público, o senador voltou a criticar o pronunciamento de Dilma na TV ontem. Ele afirmou que a petista tenta se apropriar do discurso da mudança, "mas se dará conta que a mudança inclui sua saída do poder".

Vaia

O ministro Gilberto Carvalho (Secretário-Geral da Presidência da Republica) falou instantes depois e foi vaiado. Ele destacou a valorização de 70% do salário mínimo e disse que a candidatura de Aécio é uma tentativa de trazer o governo FHC de volta.

Ele disse que os tucanos tentam desvalorizar a Petrobras para tentar privatizar a empresa. Ao falar das conquistas foi vaiado e respondeu: "pode vaiar. A vaia é parte da democracia".

Antes de sair ele disse que preferia não comentar a fala de Paulinho da Força. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, criticou Paulinho no palanque e também foi vaiado. "Ele não precisava ter ofendido a presidente", disse.

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