A presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, se negou a comentar a revisão da perspectiva do rating brasileiro feito nesta terça-feira (9) pela agência de classificação de risco Moody's. Questionada ao menos três vezes sobre o assunto e uma de forma direta na qual ouviu a pergunta, Dilma disse que "continuaria a responder" sobre outros temas e preferiu falar sobre medidas para banda larga. A presidente também não respondeu a questionamentos referentes à Petrobras.
Antes, durante a coletiva, Dilma voltou a falar sobre troca de ministros em um eventual futuro governo, mas se negou a antecipar que perfil teria um novo ministro da Fazenda, em substituição a Guido Mantega. "Eu acho que todo o governo novo, ele terá uma equipe nova, um perfil novo. Eu não posso fazer uma comparação entre pessoas e perfis de pessoas, é algo extremamente desagradável", disse, durante coletiva em São Paulo.
Apesar de dizer que um eventual futuro governo terá mudanças, Dilma afirmou que há um ponto fundamental de seu governo "que não muda". "Ele tem uma característica de cláusula pétrea. Nós temos um compromisso: garantir que o Brasil tenha inclusão social, redução da desigualdade, mais emprego com desenvolvimento e ao mesmo tempo seja um Brasil moderno, produtivo, competitivo", afirmou, ressaltando que governa "olhando cada um dos 202 milhões de brasileiros, sem faltar um".
Dilma disse ainda que essa sua visão a difere dos demais candidatos à presidência, sem citar nominalmente Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB). "Os dois candidatos, por exemplo, consideram, ou pelo menos eu vi algum deles considerando, que é um objetivo fundamental e imediato pagar a dívida pública", afirmou. Mas, segundo Dilma, o Brasil está entre o 5º ou 6º país que tem a menor dívida pública do G20. "Em termos de superávit primário, no período, entre todos os países do G20, nós somos o que fez o segundo maior superávit. O segundo maior superávit em termos de país. Sabe quem é o primeiro: Arábia Saudita", afirmou.
Revisão do rating
Nessa terça, a Moody's revisou a perspectiva do rating Baa2 do Brasil de estável para negativa. Segundo a agência, a mudança se aplica a todas as classes de ratings do governo brasileiro, ou seja, ratings de emissor, ratings de títulos do governo e "shelf" ratings. O teto soberano em moeda estrangeira e moeda local permanece inalterado. "A ação de rating reflete o risco crescente de que o contínuo baixo crescimento e a piora dos indicadores de dívida sinalizem uma redução na qualidade de crédito do Brasil e irão deflagrar uma migração em sentido declinante em seu rating de crédito", afirmou a agência em um comunicado.
A Moody's prevê também que a economia brasileira continuará com crescimento baixo. De acordo com os cálculos da agência, o PIB do Brasil deve crescer menos de 1% neste ano e o crescimento em 2015 permanecerá abaixo da marca de 2%.
Dilma está em São Paulo para participar de um debate sobre banda larga, na sede do sindicato dos engenheiros, no centro. Antes, a presidente vistoriou um centro de reabilitação em M'Boi Mirim.
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