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Reunião

Dilma faz ajustes finais com Temer para definir nomes do PMDB para ministério

A presidente Dilma Rousseff fez nesta segunda-feira os últimos ajustes com o vice-presidente Michel Temer para a escolha dos nomes do PMDB que integrarão seu novo ministério sem, no entanto, definir uma data para o anúncio dos escolhidos.

Temer conversou com Dilma por cerca de 30 minutos, segundo uma fonte do governo. Essa fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que a expectativa é que a definição final sobre os nomes e as pastas que o PMDB comandará aconteça somente na terça-feira.

Nesta segunda, Dilma disse que pretende anunciar a maioria dos novos ministros até dia 29 de dezembro e que dará posse a todo seu novo gabinete ministerial no dia 1º de janeiro.

Ela também afirmou, em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, que consultará o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre alguns nomes para saber se eles podem ser indiciados no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras que teria beneficiado políticos e partidos.

"Eu vou perguntar (ao procurador-geral) o seguinte: há alguma coisa contra fulano que impeça de nomeá-lo?", disse a presidente no encontro.

A expectativa do PMDB é que Dilma nomeie pelo menos seis ministros do partido. É dada como certa a escolha da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o ministério da Agricultura.

Atualmente, o partido está à frente de cinco ministérios: Agricultura, Minas e Energia, Aviação Civil, Previdência e Turismo.

Até agora, a presidente só anunciou formalmente sua nova equipe econômica. Com a manutenção de Alexandre Tombini no comando do Banco Central, Joaquim Levy como futuro ministro da Fazenda, Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento e o senador Armando Monteiro Neto como novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A demora da presidente em anunciar seu novo ministério se deve, em parte, as delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, que são réus em ações penais na Justiça Federal por conta da Lava Jato.

Tanto Costa quanto Youssef teriam citado o nome de políticos com mandato, e que portanto só podem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que estariam envolvidos no esquema de corrupção na estatal. Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou uma lista com nomes de políticos de PT, PP, PMDB, PSB e PSDB que teriam sido citados em depoimentos da delação premiada.

Entre os nomes estão o do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, e do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), os dois últimos já falecidos. Alves é cotado para assumir uma pasta no próximo mandato.

Como mais nomes de políticos podem aparecer nas delações de Costa e Youssef, ambas já homologadas pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), Dilma corre o risco de nomear um ministro e, logo em seguida, vê-lo envolvido no escândalo.

Outro fator complicador para a presidente é sua ampla base aliada e a dificuldade de acomodar os interesses do grande número de partidos que a apoia.

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