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Com a corda no pescoço para as operações do dia-a-dia, a Varig ganhou mais um aliado na reunião desta sexta-feira com o ministro da Defesa, Waldir Pires, mas nenhuma solução. Segundo a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, somente na próxima semana o governo vai anunciar sua decisão.

- Estamos fazendo a avaliação e esperamos na semana que vem apresentá-la ao presidente Lula-, disse.

A Varig pede ao governo carência de pelo menos três meses para o pagamento que faz diariamente à BR Distribuidora, e adiamento pelo mesmo prazo do pagamento da taxa aeroportuária à Infraero, com quem trava uma batalha judicial.

A Varig e a TAM conseguiram na Justiça no ano passado o direito de não pagar taxas aeroportuárias. Em março deste ano porém a Infraero conseguiu derrubar essa liminar e a Varig até agora não honrou o pagamento das dívidas atrasadas, que somam 116 milhões de reais.

A empresa, que foi líder até meados de 2003, viu sua participação no mercado minguar para menos de 20% este ano devido à redução da sua frota, hoje com apenas 71 aviões dos quais 54 têm condições de operar. A dívida ultrapassa os R$ 7 bilhões, a maioria com o governo.

De acordo com o diretor da Alvarez e Marsal, responsável por reestruturar a companhia dentro do seu plano de recuperação judicial, Marcelo Gomes, a reunião com o ministro foi bem sucedida e só resta aguardar a decisão que será tomada.

- Todas as pontas estão sendo negociadas e vão ser acertadas, estamos caminhando para isso -, disse Gomes referindo-se também às empresas internacionais de leasing de aviões, "que estão colaborando", segundo ele, descartando possíveis arrestos de aviões por falta de pagamento.

Assim como o presidente da empresa, Marcelo Bottini, afirmou mais cedo, Gomes reiterou que a companhia aérea não está cancelando vôos por causa da crise, "está ocorrendo o que ocorre em todas as companhias, os atrasos e cancelamentos normais". Ele acrescentou confiar numa boa solução.

- Lembramos ao ministro a importância que ele sabe que a Varig tem para o Brasil e da sua relação com a BR Distribuidora desde a sua criação, queremos apenas mais prazo para os pagamentos -, afirmou.

Há uma semana no cargo, o ministro Waldir Pires "viu com bons olhos o pedido", segundo a sua assessoria de imprensa, e prometeu "que vai tentar solucionar da melhor maneira possível". Quem baterá o martelo, no entanto, será a Casa Civil, informaram fontes.

A ministra Dilma afastou o risco da companhia parar no curto prazo e afirmou que a agência reguladora do setor, Anac, tem a função de garantir a continuidade do mercado em qualquer eventualidade.

"Não acredito que haja risco da Varig perder vôos no curto prazo, não tenho essa sinalização", avaliou. "A Anac tem que garantir os vôos independentemente do que vier a acontecer com a companhia, é uma questão de regulação", assegurou.

Segundo a ministra, o "problema da Varig não é uma questão apenas de governo, existe um recurso judicial, não se trata portanto apenas de uma questão de governo", ressaltou, em referência à recuperação judicial pela qual passa a companhia.

Também no início da noite, no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a afirmar que o papel do governo não é salvar a Varig, "e ela (a Varig) tem autonomia para tentar a saída dessa crise que enfrenta".

- O Ministério da Fazenda não tem como dar recursos para aVarig ... quando se trata de uma concessão, o governo não pode dar dinheiro - explicou.

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