A presidente Dilma Rousseff negou que tenha emitido opinião a respeito de mecanismos de reajustes de preços de combustíveis, depois de reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo neste sábado ter afirmado que a presidente avalizou a concessão de um "gatilho" para reajustar os preços dos derivados de petróleo "duas ou três vezes por ano".
Comunicado emitido pela assessoria da Presidência da República afirma que as informações são "infundadas".
"De fato, nenhum documento sobre esse tema sequer chegou à Presidência da República. É, portanto, especulação todas as reportagens que apontam sobre definição de assunto não discutido", informou a assessoria da presidência.
A reportagem afirmava que o objetivo do gatilho seria garantir "previsibilidade" aos planos de negócios da Petrobras, atribuindo a informação a um auxiliar presidencial.
Segundo o jornal, o apoio da presidente ao plano da empresa representaria uma vitória da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, na disputa em torno do tema com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Mas "a medida aprovada por Dilma, segundo o Palácio do Planalto, será calibrada em detalhe para tentar não pressionar a inflação, ainda a principal preocupação macroeconômica da presidente", disse o jornal.
No final de outubro, a diretoria da Petrobras submeteu ao Conselho de Administração da companhia uma nova política de preços que prevê reajustes automáticos e periódicos de combustíveis.
A metodologia deverá ser aprovada ou rejeitada até 22 de novembro, quando está prevista a próxima reunião dos conselheiros, segundo a Petrobras.
A Petrobras anunciou parâmetros da metodologia, mas não detalhou como ela vai funcionar.
A metodologia deve contemplar reajustes automáticos dos combustíveis, mas impedirá o repasse da volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico, disse a companhia nesta semana.
A companhia explicou que a metodologia vai considerar variáveis como o preço de referência de derivados no mercado internacional, câmbio e ponderação sobre a origem do produto vendido, se refinado no Brasil ou importado. A periodicidade dos reajustes ainda será definida, segundo a nota da Petrobras do último dia 30.