Preocupada com a escassez de mão-de-obra qualificada, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo nesta terça-feira para que o setor privado ajude o governo na criação de 100 mil bolsas de estudo para formar estudantes brasileiros no exterior.
O pedido foi feito durante a primeira reunião na gestão Dilma do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que reúne representantes do governo e da sociedade civil.
"O governo tem preocupação com a formação de estudantes capacitados para virarem os nossos futuros cientistas. E aí vamos recorrer a um mecanismo que vários países do mundo recorreram, que é enviar brasileiros e brasileiras para fazer de forma parcial ou de forma completa cursos no exterior nas áreas de ciências, sobretudo de ciências exatas", afirmou.
A presidente afirmou que a meta oficial é financiar 75 mil bolsas de estudos até 2014 e pediu ajuda da iniciativa privada.
"Eu queria fazer um convite e um desafio aos senhores. Eu acredito que o setor privado pode comparecer com uma ajuda aos estudantes brasileiros ou ao Brasil de forma que nos permita chegar a 100 mil (bolsas)", disse.
Sem dar detalhes, Dilma mencionou ainda o lançamento em breve de um programa para capacitação técnica e profissional para tentar reduzir a escassez de mão-de-obra qualificada no país.
Na avaliação de Dilma, a escassez de mão-de-obra qualificada é um dos "bons problemas" que o país tem pela frente, já que de acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o desemprego no Brasil é de 6,5 por cento, taxa considerada como situação de pleno emprego.
A presidente reafirmou sua preocupação com a escalada da inflação e disse que serão adotadas todas as medidas que o governo julgar necessárias, mas salientou que sua preocupação é ao mesmo tempo com o controle da inflação e com o crescimento econômico.
Ela voltou a falar que pretende combater a miséria durante seu mandato e anunciou que nas próximas semanas lançará o plano nacional de erradicação da pobreza extrema.
Um dos objetivos do plano é cruzar o mapa da desigualdade com o das oportunidades de empregos em pelo menos 70 cidades brasileiras como disse à Reuters a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello .
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