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Dilma pede maior proteção comercial para Mercosul

A presidente Dilma Rousseff (centro), o chanceler Antonio Patriota (esquerda) e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, participam da cúpula do Mercosul em Luque, nos arredores de Assunção, no Paraguai | Reuters
A presidente Dilma Rousseff (centro), o chanceler Antonio Patriota (esquerda) e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, participam da cúpula do Mercosul em Luque, nos arredores de Assunção, no Paraguai (Foto: Reuters)

A presidente Dilma Rousseff propôs nesta quarta-feira ao Mercosul o aumento da proteção comercial contra o aumento de importações, numa tentativa de conter a entrada de produtos baratos da Europa, Ásia e Estados Unidos em uma região de rápida expansão.

A proposta, levada pelo Brasil à Comissão de Comércio do bloco que também é formado por Argentina, Paraguai e Uruguai, será discutida nas próximas semanas e permitirá que cada país eleve individualmente seus tributos de importação de bens não pertencentes à zona, de acordo com uma autoridade do governo brasileiro.

"Nós, países do Mercosul, devemos estar bem atentos ao que se passa no mundo. Neste momento de excepcional crescimento da região, identificamos que alguns parceiros de fora buscam vender-nos produtos que não encontram mercado no mundo rico", disse Dilma, em sua primeira participação numa cúpula do Mercosul desde que tomou posse em janeiro.

Chanceles e ministros de Comércio e Economia do bloco, reunidos perto de Assunção desde terça-feira, expressaram preocupação pela perda de competitividade da economia regional por uma apreciação de suas moedas, o que estimula as importações.

Dilma disse que "precisamos avançar no desenvolvimento de mecanismos comunitários que venham reequilibrar a situação" e pediu que a Comissão de Comércio do bloco aprove a proposta do Brasil até dezembro, quando chegará ao fim o semestre de presidência uruguaia no Mercosul, que começa a partir da atual cúpula.

As economias do Mercosul voltarão a crescer este ano acima da média mundial, com taxas que oscilarão entre 4 por cento, no caso do Brasil, até 7 por cento ou mais, no caso da Argentina -- um nível mais moderado em comparação com o crescimento de 2010.

"Os países em desenvolvimento na América Latina, neste contexto, têm um desempenho muito mais dinâmico, mas muitos de nós têm sofrido as consequências do excesso de liquidez produzido pelos países ricos, que compromete nossa competitividade e tem sido o principal fator responsável pelas pressões inflacionárias existentes", disse Dilma.

Além de Dilma, também participaram da reunião do Mercosul em Paraguai os chefes de Estado de Equador e Uruguai. A presidente argentina, Cristina Kirchner, não viajou por recomendação médica.

O presidente do Uruguai, José Mujica, que falou depois de Dilma, pediu que as companhias brasileiras, as maior fortes da região, cooperem para ajudar a desenvolver seus sócios.

"O Brasil não tem culpa de ser tão grande nem nós temos culpa de sermos tão pequenos. Isso se arruma multiplicando os atores", disse Mujica.

Dilma defendeu que as assimetrias entre os sócios sejam enfrentadas, "realizando projetos de grande relevância".

"Precisamos promover maior integração de nossas cadeias produtivas, estimulando parcerias entre as empresas da região, sobretudo as de pequeno e médio porte", afirmou a presidente.

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