A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira, na Índia, que pretende anunciar novas medidas de estímulo econômico logo após regressar ao país e admitiu que no futuro "seja possível encaminhar uma reforma (tributária) global".
"Essas medidas têm por objetivo justamente assegurar através de questões tributárias e financeiras maior capacidade de investimento para o setor privado", afirmou a presidente a jornalistas em Nova Déhli.
A presidente retorna ao Brasil no domingo pela manhã. Segundo parlamentares que participaram de encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na véspera em Brasília, novas desonerações tributárias serão anunciadas na terça-feira.
Ao comentar a reunião que teve com empresários na semana passada, Dilma disse que compreende as pressões pela redução da carga de impostos.
"Dentro do meu período governamental, eu farei o possível para reduzi-la. Eu sei, perfeitamente, que devido ao fato de que tem vários interesses envolvidos na questão de uma reforma tributária, eu até julgo que pode ter um momento no futuro que seja possível encaminhar uma reforma global", afirmou Dilma.
"Agora, o que eu tenho feito é tomado medidas pontuais, que permitam que no conjunto se crie uma desoneração maior dos tributos no país", acrescentou.
Nos últimos meses, o país tem adotado isenções fiscais e outras medidas para estimular sua economia, que cresceu apenas 2,7 por cento em 2011. Para esse ano, a meta da presidente é que o país atinja pelo menos 4 por cento de crescimento.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse em janeiro esperar que o Brasil cresça apenas 3 por cento neste ano, o que colocaria o país novamente abaixo da média da América Latina, de 3,6 por cento, e dos 5,4 por cento de crescimento que o Fundo espera para os países emergentes e em desenvolvimento como um todo.
Minha Casa, Minha Vida
Dilma também reafirmou nesta quinta que o Brasil planeja investir mais recursos no programa "Minha Casa, Minha Vida", em mais um esforço para impulsionar o investimento público e estimular a economia.
O governo fixou uma meta de construir 2 milhões de casas até 2014, o que poderia ser elevado para 2,4 milhões depois de uma "avaliação" em junho, disse a presidente.
"O que nós temos de fazer é aumentar o investimento tanto do governo como do setor privado", disse Dilma, acrescentando que o governo fará um esforço "excepcional" no programa.