A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (21) que deve vetar o trecho da Medida Provisória 665 que alterou o prazo da carência para o acesso ao abono salarial. Para analistas, o anúncio cria um ambiente favorável para a aprovação da MP no Senado. Um dia antes, temendo que esse ponto fosse derrubado pelos senadores, o que obrigaria a proposta a voltar para a Câmara, os líderes governistas preferiram adiar a votação para a próxima terça-feira (26).
O governo terá a próxima semana para votar essa MP, que ainda restringe as regras de acesso ao seguro-desemprego, e a MP 664, referente à pensão por morte. A eventual retirada da mudança sobre o abono da MP 665 deve reduzir em até R$ 7 bilhões a economia prevista pelo governo para este ano com o ajuste feito pelo Congresso, do total de R$ 18 bilhões. A próxima semana será decisiva para as MPs, uma vez que ambas perdem a validade em 1.º de junho, daqui a duas segundas-feiras, dia em que tradicionalmente não há votações no Senado.
Responsável por tentar costurar o acordo, o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), telefonou para o senador Walter Pinheiro (PT-BA) – um dos que, na quarta (20) à noite, articularam a derrubada da mudança na concessão do abono salarial prevista na MP 664 – para comunicá-lo do compromisso do governo com o veto.
Diante disso, Pinheiro afirmou que ele e o grupo vão votar a favor da MP. “Se tivesse sido feito ontem, nós já teríamos votado a medida provisória.”
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