A presidente Dilma Rousseff já bateu o martelo sobre a concessão à iniciativa privada dos aeroportos do Galeão (no Rio de Janeiro), Confins (em Belo Horizonte) e um terceiro no Norte ou Nordeste. Os leilões serão feitos este ano, mas depois das eleições municipais de outubro, para evitar o uso político da privatização na campanha.
De acordo com fontes, o governo quer adiar a segunda rodada para depois das eleições para não alimentar críticas de que o primeiro leilão (Viracopos, Brasília e Guarulhos) foi mal feito. Apesar dos ágios elevados, nenhum grande administrador aeroportuário entrou no processo.
Carlos Pereira, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da FGV, critica a decisão. "Vamos trabalhar mais uma vez com o calendário apertado. Fica a sensação de que tudo está ficando para 2013. Não sustenta adiar a privatização por uma questão política", argumenta.
Apesar de não ter problemas de capacidade, o Galeão sofre com a qualidade do serviço prestado, e por isso seria um dos primeiros da lista. Já Confins precisa de investimentos para atender à demanda. No Nordeste, podem ser transferidos à inciativa privada os aeroportos de Salvador ou Recife. No Norte, o de Manaus tem mais chances devido a gargalos de atendimento.
Para aumentar a competição, a ideia é que os vencedores dos três primeiros leilões fiquem de fora dos seguintes, ainda que em regiões distintas. Oficialmente, porém, os técnicos do governo evitam fazer comentários sobre futuras concessões. O plano de outorga elaborado pela Secretaria de Aviação Civil, que vai ajudar a definir o destino de cada terminal, precisa passar pela aprovação da presidente.