Felipe Ávila da Costa e Luís Martins: fundadores da portuguesa Infraspeak| Foto: /

Em um país com menos habitantes do que a cidade de São Paulo, Felipe Ávila e Luís Martins não quiseram arriscar. Fundaram a startup Infraspeak, na cidade do Porto, como uma empresa global desde o primeiro instante. Em três anos, a empresa já atende clientes no mundo todo — inclusive gigantes, como Loreal, Siemens e Domino’s — e, agora, conta com uma ajuda brasileira em seu ousado plano de expansão.

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A Infraspeak é a primeira startup estrangeira a receber dinheiro do Construtech Ventures, único fundo brasileiro especializado em investir em empresas que inovam no tradicional setor da construção civil.

A startup portuguesa trabalha com manutenção predial. Grandes edifícios, como shoppings e hotéis, chegam a ter cinco mil equipamentos que exigem manutenção constante, como bombas d’água, esteira rolante, extintores e ar-condicionado. A Infraspeak fornece um sistema que ajuda a gerenciar isso tudo.

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“O que existiam antes eram soluções muito complicadas de usar, voltadas para área industrial, que tentavam se adaptar para edifícios mais simples”, explica o CEO da Startup, Felipe Ávila da Costa. Engenheiro de informática, ele fundou a empresa com o sócio Luís Martins, da área de Engenharia Civil.

Natural de Porto Alegre, Martins mora em Portugal há 18 anos. Foi dele a iniciativa de expandir para o Brasil, durante uma viagem de férias, um ano após o início das operações.

Hoje a empresa tem uma equipe de três pessoas no Brasil, um escritório em Florianópolis e cerca de 20 clientes de diferentes setores. Entre eles o grupo Calcenter (dono das lojas Gabriela e Studio Z), uma filial do SBT (que utiliza o sistema para a manutenção das antenas), redes hoteleiras e de assistência técnica para ar-condicionado.

Grana brasileira

Também com sede em Florianópolis, a Construtech Ventures, agora investidora da Infraspeak, deve acelerar a expansão da startup no Brasil. Até o fim do ano que vem (2019), os portugueses querem expandir no Brasil e inaugurar operação na Inglaterra, Espanha e França.

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A expansão deve ser viabilizada pelo aporte de 1,6 milhões de euros (cerca de R$ 7 milhões) que a Infraspeak acaba de receber. O dinheiro vem de investidores estratégicos. Além da Construtech Ventures, participaram fundos do Reino Unido (Firstminute Capital) e da Polônia (Innovation Nest), países que estão na mira da startup.

Outros dois fundos que já eram investidores da Infraspeak reforçaram sua participação: o português Caixa Capital e o americano 500 Startups.

A Construtech Ventures busca ser referência em inovação em um setor bilionário, mas que ainda é muito arisco a processos de digitalização. O aporte em uma startup global, em alinhamento com grandes investidores do mundo afora, é um passo importante nesta trajetória.

“Nossa tese é investir em soluções relevantes para os mercados do Brasil e América Latina e atrair empreendedores de países como Argentina, Chile e Colômbia”, explica Bruno Loreto, da Construtech. A gestora quer se firmar como um parceiro estratégico para quem quer explorar o mercado latinoam ericano da construção civil, em suas diversas facetas.

O fundo já investiu em 11 startups no estágio “seed” (semente), ou seja, que já têm um modelo de negócio bem estruturado e se preparam para ganhar escala de forma mais massiva. O valor dos aportes não é relevado, mas gira em torno de R$ 500 mil a R$ 2 milhões.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]