Pesquisa encomendada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pelo portal de educação financeira "Meu Bolso Feliz" mostra que muitos casamentos podem acabar em briga quando o assunto é dinheiro.

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O estudo ouviu 656 pessoas de todas as capitais brasileiras para analisar a relação que o consumidor tem com as finanças pessoais e revelou que 16,7% dos brasileiros casados declaram que a maneira como eles gastam o próprio dinheiro é motivo de briga dentro de casa.

Quando o casal está inadimplente, com contas em atraso, os casos de conflito por causa das finanças aumentam. Entre as entrevistas feitas com esse grupo, 22,7% dos entrevistados revelaram passar por conflitos relacionados a dinheiro.

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Para José Vignoli, educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, os números mostram que grande parte dos problemas de relacionamento começa quando o assunto é dinheiro, mas nem sempre isso é percebido claramente pelos casais.

"Na maioria dos casos, o dinheiro vem disfarçado nas discussões. Se falta dinheiro para saírem juntos, por exemplo, o problema pode ser percebido como falta de romantismo. Se não sobra dinheiro para comprar roupas novas, o problema pode ser entendido como desleixo do parceiro. Se não há dinheiro para levar os filhos ao cinema, o conflito pode ser percebido como falta de carinho e atenção", afirma.

O resultado mostra a importância de falar sobre finanças mesmo antes de casar e de manter o assunto como habitual durante o casamento, mas nem sempre é fácil. "O tema [dinheiro] é difícil de abordar, é tabu como o sexo", declara a psicóloga Cleide M. Bartholi Guimarães, especialista em terapia de casal com foco em finanças e autora do livro "Até Que o Dinheiro nos Separe" (Editora Saraiva).

"Desde o início do relacionamento a pessoa já consegue ter uma ideia de como o parceiro lida com finanças", diz Cleide.

"Quando se vai partir para uma relação mais consolidada, é mesmo hora de falar", afirma ela.

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O estudo mostra que a falta de transparência pode resultar em um superendividamento e acabar em inadimplência. De acordo com o levantamento, um em cada dez entrevistados (10,1%) dizem não conseguir ceder à pressão dos filhos e acabam endividados.

"Os filhos também precisam ter conhecimento da situação financeira da família e participar das decisões de casa para poderem compreender até onde vai o limite do cartão do pai", afirma Vignoli.