| Foto: Ana Paula Paiva/Valor/Folhapress

Após entregar o comando da controladora do Grupo Pão de Açúcar ao francês Casino, o empresário Abilio Diniz anunciou que seguirá como presidente do conselho de administração da varejista, em um discurso movido pela emoção. Em um discurso de pouco mais de 15 minutos, Diniz mandou vários recados para o Casino. Sem fazer menção ao sócio, disse que estava magoado com as acusações de que não cumpriria com o acordo para a transferência do controle. E afirmou que tomará como sua a missão de fazer "defesa intransigente do grupo" – que, segundo ele, tem o seu DNA.

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"Devido aos acontecimentos dos últimos tempos, fui tomado por mágoas, tristezas e decepções. Injustiças e distorções da verdade me atingem mais que agressões claras e diretas. Negar o meu sofrimento seria falso e muito pouco convincente", afirmou. "Deus me fez forte... Vou seguir em frente, não sei como, mas vou. Este é o dia que passo o controle do Pão de Açúcar."

Mais cedo, o presidente-executivo e do conselho do Casino, Jean-Charles Naouri, foi eleito em assembleia geral extraordinária como novo chairman (presidente do conselho) da Wilkes, holding controladora do Grupo Pão de Açúcar, marcando mais um passo na trejetória para se tornar o sócio majoritário da maior varejista brasileira. Até a véspera, a posição de chairman era ocupada por Diniz, que compartilha o comando da Wilkes com o Casino.

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Ainda durante seu discurso, Diniz reiterou que a empresa vai ter a marca dele e que ele continuará trabalhando normalmente a partir de segunda-feira. Diniz participou da assembleia só na condição de presidente do Conselho de Administração do Pão de Açúcar e de acionista.

"Não encarem isso como uma despedida... Sigo como presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar e o segundo maior acionista", afirmou Diniz, que foi aplaudido de pé pelos acionistas presentes.