R$ 400 milhões em dívidas, é o que o frigorífico Diplomata acumula, segundo o documento de antecipção de tutela da Justiça de Cascavel. Atualmente com 5 mil funcionários, a empresa já teve o dobro, mas fechou duas unidades e reduziu a produção nas demais devidos aos problemas financeiros.
Mesmo ainda não tendo a decisão final ou a homologação da Justiça, a indústria Diplomata recebeu liminar na sexta-feira passada para iniciar a recuperação judicial; a liminar, em deferimento de tutela antecipada, foi expedida pelo juiz Carlos Eduardo Stella Alves, da 1.ª Vara Cível de Cascavel, Oeste do estado. O recurso foi a alternativa que a empresa encontrou para ganhar fôlego e tentar se reerguer da crise financeira que vem enfrentando, com uma dívida acumulada a R$ 400 milhões, segundo o que consta na antecipação de tutela.
Atualmente, o frigorífico que é um dos dez maiores do setor avícola do Brasil, emprega cerca de cinco mil pessoas. O número de trabalhadores já foi quase o dobro, mas devido a uma série de problemas financeiros, algumas unidades, como Londrina e Mandirituba, foram temporariamente fechadas, ocasionando demissões. Em Capanema e Xaxim (SC), as duas unidades de abate seguem operando, mas com produção reduzida.
Três dias após a Justiça autorizar o início da recuperação judicial, o Ministério Público do Trabalho ajuizou ação pedindo o afastamento dos atuais administradores da empresa e a nomeação da Central das Cooperativas de Processamento Alimentar e Agricultura Familiar Solidária (Copasol) como administradora provisória. Na sentença, o juiz nomeou Darci Luiz Pessali como administrador judicial.
Além disso, a Copel e a Sanepar estão proibidas de suspender o fornecimento de serviços. Os bancos credores 18 no total também não poderão reter dinheiro das contas do frigorífico. O juiz decretou ainda a suspensão, por 180 dias, dos efeitos de todos os protestos lavrados contra o grupo em virtude de créditos não honrados pela empresa.
A crise sofrida pela Diplomata gerou uma sucessão de greves de funcionários nos últimos dias, por conta dos salários atrasados. Avicultores também foram prejudicados e alegam estar sem pagamento a cerca de 120 dias, além de ameaçados de rescisão contratual.
O caos enfrentado pela avicultura é reflexo do baixo preço pago pelo frango e também da alta dos insumos. O preço da ração, considerado um dos mais altos dos últimos anos, representa 70% do custo da produção.
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