O diretor financeiro da Daslu foi preso nesta quinta-feira à pedido do Ministério Público Federal. Antônio Piva de Albuquerque, irmão da dona da loja, Eliana Tranchesi, é acusado de importar ilegalmente produtos para o estabelecimento. Ele já havia sido preso pela mesma infração no ano passado.

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O Ministério Público Federal acusa a empresa de sonegar impostos na importação de bolsas e outros artigos trazidos da Europa. Uma mercadoria, avaliada em R$ 1,7 milhão, foi apreendida na hora do desembarque, no Porto de Itajaí, em Santa Catarina, no dia 22.

O novo esquema de importação e sonegação de impostos é investigado desde janeiro. Na época, os fiscais da Receita Federal apreenderam os produtos e perceberam a ligação da boutique com a importadora catarinense Colúmbia Trading. Segundo a Justiça, a Colúmbia importava as mercadorias da Europa, emitia uma nota fiscal no Brasil e repassa os produtos como se fossem nacionais para a Daslu.

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- A finalidade era não pagar o IPI, gerar esses reflexos no ICMS e excluir a Daslu da condição de verdadeiro importador da carga - disse Matheus Baraldi, procurador da República.

O juiz catarinense mandou apreender as bolsas. No despacho, ele conclui que a Colúmbia serviu de intermediária, de fachada, para as importações da Daslu. Advogados ainda tentaram liberar a carga, mas as bolsas foram mandadas para leilão. Segundo o Ministério Público, fiscais do porto descobriram provas da fraude. No contêiner, debaixo das etiquetas com a identificação da importadora Colúmbia, havia outras etiquetas com o nome da Daslu.

Na investigação, feita pela Receita Federal, os fiscais relataram ao juiz: "todos sabiam que a Daslu era a real responsável pelas operações e a verdadeira adquirente dos produtos, embora tenham recebido orientações para não mencioná-la".

Desde julho do ano passado, a Daslu é investigada por sonegação de imposto. Pelo menos 250 policiais federais e fiscais da Receita ocuparam a loja à procura de documentos que comprovassem o subfaturamento de produtos importados. A dona da Daslu e o irmão dela chegaram a ser presos e há quase um ano são processados pela Justiça Federal.

- A impressão que se tem é que os dirigentes da boutique Daslu pretendem desafiar o poder judiciário, que deve reagir de maneira enérgica o mais rápido possível - disse Baraldi.

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A Daslu disse que a responsabilidade sobre as acusações é da Colúmbia Trading.