Depois de uma série de encontros com líderes internacionais para acelerar as negociações pela Rodada Doha, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, disse nesta quinta-feira (27) ter recebido apoio da presidente Dilma Rousseff para ir além do que foi conseguido no acordo de Bali, firmado no fim do ano passado. "Falei da necessidade de concluirmos novos acordos e não perdermos o ímpeto que foi alcançado em Bali, fazer que esforços multilaterais frutifiquem. Ela manifestou apoio irrestrito do Brasil a todos esses esforços que estamos desenvolvendo na OMC", disse.
O acordo de Bali foi considerado muito brando, o que poderia em vez de ajudar, atrapalhar a conclusão de Doha. Ele disse ter relatado à presidente de que um eventual acordo demanda um "esforço negociador muito mais amplo". "O sucesso de Bali é uma coisa mais restrita e bem delimitada deveria inspirar e levar a acordos mais abrangentes e mais ambiciosos num prazo mais curto, mais imediato. A experiência é que efetivamente nós demos um passo qualitativo", disse.
Azevêdo defendeu, contudo, que a OMC aposte em "acordos viáveis" e que se façam "testes de viabilidade". "Há entendimento que começa a se consolidar em Genebra que podemos dar um passo que nossa perna alcance", continuou. "Há uma tentativa agora de examinar como abordar aqueles temas que levaram a um impasse no passado, em 2008, em 2010. Esses temas são os três pilares centrais, mas não são os únicos pilares."
Entre as principais razões do fracasso nas negociações estiveram a recusa dos EUA e de outros países ricos de reduzir ainda mais os subsídios agrícolas, e a rejeição das nações em desenvolvimento, lideradas pela Índia, a aumentar o acesso do Ocidente a seus mercados de bens e serviços.
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