Após ter percorrido, nos últimos meses, regiões fundamentais para a conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, disse que as negociações podem avançar junto com os acordos bilaterais e regionais -modelo cada vez mais presente na pauta dos membros da OMC. "Existem mega negociações comerciais em todo o mundo, como o Acordo de Associação Transpacífico (TPP), mas as duas coisas [acordos bilaterais e multilaterais] podem caminhar simultaneamente. Não há necessidade de sequenciamento de ações", afirmou o brasileiro nesta segunda-feira (24) durante o Global Agribusiness Forum, evento do setor de agronegócios realizado até amanhã em São Paulo.
Segundo ele, Índia, União Europeia e Estados Unidos demonstraram interesse maior do que o inicialmente esperado por ele na conclusão da Rodada Doha. "Estive reunido com o próprio presidente Barack Obama para discutir o tema. Isso não é à toa, há interesse em retomar as negociações."
Azevêdo deve passar cerca de 20 dias no Brasil para consultar também as autoridades brasileiras sobre os seus interesses na Rodada Doha. Ele pretende finalizar essa fase de consultas até dezembro.
Para que as negociações de Doha sejam bem sucedidas, Azevêdo disse que é preciso convencer os membros de que a conclusão não é para um futuro longínquo. "Não podemos esperar mais 13 anos para concluir a Rodada. Com tudo alinhado, não há motivos para isso."
O diretor da OMC disse ainda que não será possível repetir o acordo de Bali, considerado mais brando. "O que levou ao impasse em 2008 tem de estar à mesa agora, inclusive as questões da agricultura, além de manufaturados e de serviços. Agora é tudo ou, francamente, nada."
Ao mesmo tempo, no entanto, Azevêdo disse que é preciso ser realista nas expectativas sobre as negociações de livre comércio.Questionado sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, Azevêdo disse que, em sua recente visita à Europa, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, "demonstrou enorme interesse em avançar nas negociações". "Havendo essa mesma disposição do lado de cá, tenho certeza de que as duas partes vão encontrar uma fórmula para viabilizar o acordo. O mais importante é ter vontade política."
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