A chefe de operações financeiras da Huawei, gigante chinesa de telecomunicações, Meng Wanzhou, foi presa no sábado (1.º) em Vancouver, no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, informaram autoridades do país nesta quarta-feira (5).
O jornal canadense The Globe and Mail publicou que a executiva foi detida em Vancouver, de onde será extraditada para os EUA por suspeita de violar as sanções dos Estados Unidos contra o Irã. Segundo o jornal, Meng teria enviado ao Irã produtos manufaturados em solo norte-americano, burlando regras que impedem o comércio com o Irã. Detalhes do caso permanecem sob sigilo judicial.
Os EUA impõem restrições ao Irã no intuito de “cortar receitas que financiam grupos terroristas”.
Meng Wanzhou integra o conselho da companhia e é filha de Ren Zhengfei, fundador da empresa, e é diretora financeira da empresa desde 2011.
Suspeita de espionagem
Neste ano, o governo Trump iniciou uma campanha com outros países, como Alemanha, Itália e Japão, para restringir a atuação da gigante chinesa. Além do Irã, a companhia ainda é investigada por violar controles comerciais americanos em Cuba, Sudão e Síria.
Segunda maior fabricante de smartphones no mundo e líder no mercado de equipamentos para redes, a Huawei enfrenta ameaças dos Estados Unidos por supostamente violar questões de segurança.
A empresa não faz negócios com o país desde 2012, quando um relatório do Congresso a classificou como uma ameaça à segurança nacional. A pressão, no entanto, aumentou com a guerra comercial travada nos últimos meses.
Washington tem receios de que os equipamentos da Huawei sirvam para espionagem do governo chinês.
Em nota, a Huawei confirmou a prisão de Meng e afirmou que a companhia recebeu poucas informações sobre o caso. “Não estamos cientes de nenhum comportamento ilegal cometido por Meng. A empresa acredita que os sistemas legais de Canadá e EUA chegarão a uma conclusão justa”.