A diretoria da Porcelana Schmidt será convocada nos próximos dias a prestar esclarecimentos sobre os recentes casos de falta de pagamento dos funcionários da unidade de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. Funcionários da empresa e representantes do sindicato dos trabalhadores estiveram reunidos nesta terça-feira (17) com o procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região, Ricardo Bruel da Silveira, para comunicar a situação e pedir que sejam tomadas as medidas judiciais necessárias.
Segundo Paulo Andrade, presidente do sindicato que representa os trabalhadores, os funcionários da empresa decidiram procurar a Justiça para reivindicar seus direitos, porque o protesto realizado nesta segunda-feira (16) não surtiu o efeito esperado. "Os diretores da empresa não nos atendem, então vamos levar o caso até as últimas consequências na esfera judicial", disse Andrade.
O procurador-chefe Ricardo Bruel solicitou que os trabalhadores apresentem, nesta quarta-feira (18), documentos que provem que a empresa não está cumprindo com os acordos prometidos. "Se comprovada a irregularidade, a empresa será convocada para prestar esclarecimentos e regularizar a situação até o início da semana que vem", declarou Bruel. Segundo ele, a Schmidt passa por um período de recuperação judicial, mas estará sujeita a multa caso o direito dos trabalhadores não seja respeitado.
Os 500 trabalhadores da unidade de Campo Largo da Porcelana Schmidt estão em férias coletivas desde o dia 26 de julho, quando a empresa alegou falta de matéria-prima para a produção. A reclamação dos funcionários é do não pagamento do salário referente ao mês de julho e do depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), além do repasse do PIS (Programa de Integração Social) que não teria sido feito.
Esta é a quarta paralisação da fábrica da Schmidt só neste ano. Na última, há um mês, ficou acordado que, além do pagamento dos salários de junho, a empresa iria quitar os R$ 60 referentes ao vale-mercado do mês no dia 21 de julho e, no dia 27, faria o depósito de 50% do valor do vale-transporte. De acordo com Andrade, nada disso foi cumprido.
Na tarde desta segunda-feira (16), cerca de 300 funcionários da Schmidt bloquearam por 1h30 as pistas da rodovia BR-277 na altura do quilômetro 127 sentido Curitiba. Os manifestantes queimaram pneus e exibiram cartazes contra a empresa.
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a diretoria da empresa, mas foi informada que ninguém comentaria o caso. Funcionários da unidade de Pomerode (SC) informaram que as atividades na fábrica do município devem ser retomadas nos próximos dias, mas alguns setores administrativos já voltaram a funcionar após um acordo entre os trabalhadores e os patrões.
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