Bonecos, calcinhas e até mesmo macarrão, canetas ou roupinhas para cães: com a estreia do novo “Star Wars”, a Disney mobiliza todo o seu poder de marketing para vender bilhões de dólares em produtos derivados.
A ascensão do merchandising de “Star Wars” começou muitos meses antes da estreia de o “Despertar da Força”, o sétimo filme da saga intergaláctica, que será lançado em 17 de dezembro no Brasil. Desde então, a euforia tem sido crescente, com uma onda de fãs em êxtase em todo o mundo com a pré-venda de ingressos, que bateu recordes.
Desde o verão no hemisfério Norte, a Disney tem promovido uma “sexta-feira da força”, que deu origem a 18 horas de vídeos no YouTube em que fãs desembalam produtos de todas as espécies inspirados na epopeia espacial.
“Eles fizeram um trabalho notável e eficaz para levar as pessoas a tal estado de espera”, diz Tom Nunan, produtor de cinema e professor da UCLA School of Theatre, Film and Television. “A Disney sabe que muitos dos produtos que serão vendidos nem sequer serão abertos, mas guardados como lembranças ou tesouros que poderão ser vendidos um dia”, acrescenta.
Lucro bilionário
Especialistas esperam que o futuro sucesso de público aporte US$ 5 bilhões em produtos derivados para a Disney, que comprou os direitos da saga de ficção científica criada por George Lucas por US$ 4 bilhões em 2012.
Muitas lojas que fizeram seus estoques de mercadorias “Star Wars” afirmam que os produtos desaparecem das prateleiras a toda a velocidade, e que as vendas devem acelerar ainda mais com a aproximação do lançamento do filme e do Natal.
“Temos prateleiras inteiras dedicadas a produtos ‘Star Wars’, o que é muito louco”, constata Jenn Scott, vendedora da loja Meltdown Comics et Collectibles em Los Angeles. “Muitas pessoas que os compram são adultos, não crianças”, acrescenta ela, mostrando personagens da saga, quebra-cabeças ou quadrinhos.
Na entrada da loja, uma estátua de Yoda, o lendário Jedi, procura um comprador disposto a pagar $900.
Colecionáveis
Vários clientes entrevistados garantem que já compraram um ingresso para o filme e agora procuram objetos colecionáveis.
“Vimos os seis filmes já existentes e vamos ver o mais recente à 9h30 da manhã de 19 de dezembro”, o dia após o lançamento na América do Norte, explica Adam Duncan, de 30 anos.
Depois de uma longa discussão com sua esposa grávida, eles finalmente decidiram comprar uma boneca Captain Phasma, um dos novos personagens, e um indispensável Chewbacca.
O bebê que esperam “assistirá todos os filmes da saga, ela não terá escolha”, brinca Adam apontando para a barriga de sua esposa.
Como pão quente
Até mesmo os animais domésticos foram apanhados pela loucura “Star Wars”, com seus donos vestindo gatos e cães com roupas e capuzes.
“As roupinhas de Chewbacca, Yoda ou Darth Vader saem como pão quente”, comenta Ebony Patton, gerente de uma loja Petco em Los Angeles.
“‘Star Wars’ já era um fenômeno enorme desde o início do ano” em termos de vendas, admite Lee Henderson, porta-voz do grupo de hipermercados Target. “Esperamos uma nova onda de vendas quando o filme sair”, especialmente para o novo robô BB-8, acrescenta.
Para Steve Pasierb, diretor da Associação da indústria de brinquedos americana, o universo de “Star Wars” retira a sua força da sua capacidade de atrair todas as gerações.
Segundo ele, a Disney tem feito um trabalho notável para usar milhões de fãs dedicados que multiplicaram a sua campanha de marketing, especialmente nas redes sociais.
E ainda mais difícil, eles conseguiram conduzir toda a campanha “com a pressão certa para manter o interesse do público em alerta sem assustá-lo”, disse ele.
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