Faltando uma semana para o leilão de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, pelo menos 11 consórcios estão perto de formação ou já foram oficialmente anunciados para entrar na disputa. Em linhas gerais, praticamente todos os grupos reúnem empresas brasileiras, principalmente empreiteiras, mas também concessionárias já com experiências em rodovias, como a OHL Brasil e a Ecorodovias, e operadoras internacionais de aeroportos. A mineira Fidens Engenharia, sócia da concessionária de rodovias Intervias, confirmou à Reuters nesta segunda-feira que vai participar da disputa em parceria com a norte-americana ADC&Has. Responsável por dois aeroportos na Costa Rica (incluindo o da capital, San José) e outro em Quito, no Equador, a ADC&Has também faz parte do grupo que opera o aeroporto de Houston, nos Estados Unidos. Uma fonte que acompanha de perto as negociações disse à Reuters que a Odebrecht está em negociações avançadas para formar um consórcio com a Changi, do aeroporto de Cingapura. Procurada, a Odebrecht Transport respondeu que "não confirma que a parceria com a Changi esteja fechada". Segundo essa mesma fonte, a Triunfo Participações e Investimentos poderia repetir, no leilão do dia 6, a parceria com a espanhola FCC (Fomento de Construcciones y Contratas). As duas empresas disputaram juntas no ano passado o leilão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). Em nota, a Triunfo confirmou apenas que tem interesse no leilão, mas que sua presença no certame depende ainda da conclusão da avaliação dos editais. O consórcio que levou a concessão de São Gonçalo do Amarante, formado pela Engevix e a Argentina Corporación América, é outro que deve se repetir. Segundo duas fontes diferentes, ambas envolvidas na formação de consórcios, o grupo Encalso, sócio da CCR na concessionária de rodovias Renovias, deverá entrar na disputa com a operadora portuguesa de aeroportos ANA. Também estariam em andamento, segundo uma dessas fontes, negociações da Queiroz Galvão com a operadora espanhola Ferrovial, que preferiu não comentar. A Ferrovial, entre outros aeroportos, administra Heathrow, em Londres. Outra negociação que estaria em curso seria da Galvão Engenharia com a operadora do aeroporto de Munique. Procurada pela Reuters, a empresa brasileira não deu resposta até a publicação desta reportagem. Do mesmo modo, não houve retorno da Carioca Engenharia, que estaria em conversas com a francesa Aéroports de Paris. Entre os consórcios já oficialmente anunciados estão os da espanhola Aena com a OHL Brasil e o da Ecorodovias com a alemã Fraport. A CCR já anunciou que está negociando a formação de consórcio com a operadora suíça Zurich Airport. Pelo edital, os consórcios precisam ter uma operadora de terminais que tenha transportado ao menos 5 milhões de passageiros no ano passado. A regra efetivamente coloca uma operadora estrangeira de terminais em cada grupo. O leilão dos três aeroportos é a aposta do governo para conseguir viabilizar as obras necessárias para preparar os terminais para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Esta semana é decisiva para o leilão. Na terça-feira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulga o resultado do julgamento dos cinco pedidos de impugnação do edital. A Anac não informou os autores e nem se os pedidos referem-se a trechos ou ao documento como um todo. Na quarta-feira será a vez de o Tribunal de Contas da União (TCU) votar a validade do edital. Se o processo não for barrado pelo tribunal, na quinta-feira os investidores deverão entregar na Bovespa suas propostas e oficializar a participação na disputa. Para o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, o preço mínimo estipulado pela Anac foi de 3,4 bilhões de reais. Para Viracopos, em Campinas, o piso será de 1,47 bilhão de reais, enquanto para Brasília o edital estipula 582 milhões de reais.

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Os três aeroportos deverão receber em conjunto investimentos de 2,9 bilhões de reais até 2014, sendo 1,38 bilhão de reais para Cumbica, 873 milhões de reais para Viracopos e 626 milhões de reais para Brasília.

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