Desde dezembro de 2008, a indústria nacional não demonstrava resultados de produção negativos tão disseminados entre as regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, assim como no auge da crise econômica, a produção caiu em 12 dos 14 locais incluídos na Pesquisa Industrial Mensal Produção Física - Regional (PIM-PF Regional), tanto em comparação a agosto quanto em comparação ao mesmo mês de 2011. Apenas no Pará (2,6%) e na região Nordeste (0,0%) não foi captada taxa negativa.

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Assim como justificou a queda da produção nacional de 3,8% na passagem de agosto para setembro, também na avaliação da pesquisa regional o gerente da PIM-PF, André Macedo, afirmou que a produção regional foi marcada por um número menor de dias úteis naquele mês, por um ajuste de estoques de alguns setores e pela antecipação da produção de veículos em agosto, por causa da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Essas ocorrências, segundo ele, pontuaram também a queda de 1,2% da produção da indústria paulista, que, em agosto, avançou 3,4%. Neste mês, foram os setores de máquinas e equipamentos, de alimentos e automotivo os principais responsáveis pela piora da indústria de São Paulo. O primeiro, devido ao desaquecimento da economia; o segundo, em decorrência da safra; e o terceiro, por causa da antecipação da produção no mês anterior. No Rio de Janeiro, a queda de 2,7% foi motivada, sobretudo, pela parada para manutenção de plataformas de petróleo, destacou Macedo.

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Na contramão dos resultados negativos da maioria das regiões, o Pará produziu 2,6% mais em setembro do que em agosto. Mas a avaliação do técnico do IBGE é que o resultado positivo não pode ser encarado com tanto otimismo, uma vez que o estado acumula taxas negativas de meses anteriores, o que favoreceu a estatística de setembro. Nos primeiros nove meses do ano, a produção industrial paraense caiu 1%, comparado ao mesmo período imediatamente anterior. O resultado da indústria do estado é diretamente influenciado pelo setor de minério de ferro, cuja produção está em queda.

Apesar do quadro de disseminação de taxas negativas entre as regiões, o resultado da pesquisa não pode ser interpretado como o fim de um ciclo de recuperação, avalia Macedo. Ele argumenta que, no trimestre, a produção industrial ainda guarda taxa positiva, de 1% ante o segundo trimestre, após quatro trimestres negativos, que acumulam perda de 4,4%. Oito dos 14 locais pesquisados produziram mais de julho a setembro, do que no período de abril a junho. "Houve uma melhora nos últimos meses, mas ainda não o suficiente para superar perdas que haviam acontecido", ressaltou Macedo.