O Conselho Estadual do Trabalho vai realizar uma reunião hoje para tratar da formação de um novo Sindicato das Domésticas da Região Metropolitana de Curitiba (Sindidom), a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT). Será proposto um cronograma para que todas as centrais sindicais registrem chapas e reiniciem as atividades sindicais na área. O sindicato está sob intervenção do MPT desde 2012 acusado de "corrupção e atos antissindicais".
Naquele ano, o MPT ajuizou uma ação contra o Sindidom após investigações apontarem cobranças de taxas indevidas e apropriação indébita. "Descobrimos que o sindicato era organizado e financiado pelo sindicato dos empregadores domésticos [Sedep]", afirma a procuradora do trabalho Cristiane Maria Sbalqueiro Lopes.
De acordo com as investigações, as taxas ilegais cobradas dos trabalhadores eram destinadas ao presidente do Sedep. "A história do Sindidom com o MPT é longa. Temos um termo de compromisso e duas ações civis públicas com trânsito em julgado contra o sindicato", afirma a procuradora. "Dentre as provas, temos filmagens de caixas eletrônicos e cheques nominais depositados."
Entre as cobranças indevidas, o MPT identificou taxas de homologação e contribuições sindicais atrasadas. Apesar de não ter nenhum associado, as taxas eram cobradas quando os domésticos procuravam o sindicato para homologar a rescisão de um contrato. Além de não ser obrigatória, a cobrança pela homologação é ilegal.
Outro lado
O presidente do Sedep, Beto Carvalho, nega que o sindicato patronal tenha qualquer tipo de envolvimento com o Sindidom. "Minha relação era de companheirismo", diz. Ele nega que tenha recebido dinheiro das taxas ilegais.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast