Os fundos de pensão das estatais sócios da empresa de sondas Sete Brasil temem ser ainda mais contaminados pela dívida da empresa, que apresentou nesta sexta (12) seu plano de recuperação judicial.
Segundo o diretor da Funcef, o fundo dos empregados da Caixa, Antônio Augusto Miranda, o temor refere-se à possibilidade de que os credores da companhia recorram aos acionistas para receber suas dívidas, em caso de fracasso do plano.
Para sobreviver, a Sete depende de assinar contrato de aluguel das sondas com a Petrobras e de conseguir entre US$ 3,8 bilhões e US$ 5 bilhões para concluir as obras das embarcações.
A Funcef colocou R$ 1,4 bilhão na empresa, por meio do Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Sondas. Os fundos dos empregados da Petrobras (Petros) e do Banco do Brasil (Previ) também são cotistas do fundo. Todos eles já deram baixa do valor investido em seus balanços.
Em entrevista após evento sobre governança dos fundos de pensão na sede do BNDES, Miranda ressaltou que o caso da Sete é um teste para cotistas de FIPs e não é possível prever se os cotistas estarão protegidos em caso de falência.
O plano de recuperação aponta dívidas de R$ 19,3 bilhões. Boa parte está nas mãos de bancos que também são sócios da Sete, mas há dívidas trabalhistas e com fornecedores, que poderiam acionar os fundos.
Em seu balanço, a empresa identifica ainda dívidas de R$ 5,670 bilhões com os estaleiros contratados para construir as sondas.
Em sua palestra no evento, Miranda defendeu a redução dos limites de investimento nos fundos em ações e em investimentos estruturados, como a Sete Brasil, hoje em 75% e 20% do patrimônio respectivamente.
“Os limites são altos e criam risco excessivo”, afirmou, sem, no entanto, detalhar a proposta.
Ele argumentou que fundos como Previ e Petros tem mais de 50% do patrimônio atrelado a renda variável, quando nos fundos de empregados de empresas privadas a média fica entre 20% e 25%
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