Brasília (Folhapress) – O Tesouro Nacional e o Banco Central informaram ontem que a dívida do governo federal em títulos públicos subiu 0,4% e chegou a R$ 937,34 bilhões em outubro, contra R$ 933,22 bilhões em setembro. No ano, a dívida está R$ 127,08 bilhões maior, um crescimento de 15,2% sobre o registrado no fim do ano passado (R$ 810,26 bilhões).

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O crescimento de R$ 127 bilhões na dívida ocorreu mesmo com o superávit primário recorde de R$ 86,502 bilhões obtido nos nove primeiros meses pelo setor público (União, estados, municípios e estatais). O montante equivale a 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do período.

O aumento da dívida no mês passado ocorreu mesmo com o resgate líquido – quando os resgates superam as emissões – de R$ 6,9 bilhões. Isso porque a maior parte da dívida brasileira é remunerada pela taxa básica de juros, a Selic, que ontem caiu para 18,5% ao ano (leia na página 21).

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A parcela dos papéis remunerada por essa taxa – os títulos chamados de pós-fixados, que são mais voláteis – subiu de 54,33% em setembro para 55,68% em outubro.

Além dessa elevação, a administração da dívida pública enfrentou em outubro mais um problema: a queda da parcela da dívida prefixada, que passou de 25,76% para 24,48%. Para o governo, quando maior a participação desses títulos, melhor, já que se sabe antes o quanto se vai pagar por eles. Em relação à dívida indexada a índices de preços, ela passou de 13,63% do total da dívida para 13,85%.

O montante da dívida atrelado ao dólar permanece em queda: caiu de 3,82% para 3,78%, a menor já registrada na história do país. Essa parcela já chegou a 40% em 2002. Contribuiu para essa queda a apreciação do real frente ao dólar.

Em outubro, foi registrado também o aumento do prazo médio das emissões, que passou de 27,5 meses em setembro para 29,9 meses em outubro. A parcela da dívida que vence no curto prazo – em até 12 meses – caiu para 41% em outubro, contra 41,7% no mês anterior.