Impulsionada pela emissão de títulos para capitalizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a dívida pública federal aumentou 7,68% no primeiro semestre. De acordo com o Tesouro Nacional, o estoque chegou a R$ 1,612 trilhão em junho.

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O salto nos seis primeiros meses de 2010 foi maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o montante cresceu 2,67%. Em relação a maio, porém, houve uma queda de 0,2%, ocasionada por um resgate líquido maior em junho.

Neste ano, o Tesouro emitiu R$ 80 bilhões em títulos, recurso que foi destinado ao banco estatal. Em 2010, outros R$ 100 bilhões foram emitidos. Segundo o governo, o crescimento da dívida não é preocupante porque o montante está dentro da meta para o ano – o objetivo é que a dívida pública federal fique entre R$ 1,6 trilhão e 1,73 trilhão.

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"A gestão da dívida está em linha com o que foi estabelecido. O BNDES afetou, mas estamos dentro dos limites", afirmou o coordenador da Divida Pública Federal, José Franco de Morais. De acordo com André Sacconato, coordenador de projetos da Tendências Consultoria Econômica, a evolução da dívida mostra uma "condução equivocada" da política fiscal. "Não há preocupações em relação à solvência do Brasil, mas o aumento da dívida pode provocar restrições ao crescimento do país no longo prazo", afirma.

Encarecimento

Para o economista, o aumento de aportes ao BNDES foi bom durante o período de política anticíclica para o combate da crise, mas não deve ser continuado. "Não pode seguir com essa política em momento de crescimento. Isso leva ao aumento da Selic, o que torna a dívida mais cara", aponta.

No primeiro semestre, a emissão líquida foi de R$ 31 bilhões, enquanto a apropriação de juros chegou a R$ 84,02 bilhões. A dívida interna subiu de R$ 1,39 trilhão em dezembro do ano passado para R$ 1,51 trilhão, mas a dívida externa re­­gistrou queda de R$ 98,97 bi­­lhões para R$ 95,9 bilhões, ocasionada principalmente pela variação cambial e pelo vencimento de títulos no período.

A participação de estrangeiros na dívida interna voltou a bater recorde no mês passado, chegando a 9,35% do total ou R$ 139 bilhões.

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