Brasil poderá fazer emissão externa com títulos em euro ou iene

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou nesta quarta-feira que é possível haver emissão externa de dívida brasileira nas próximas semanas e não descartou captações denominadas em euro e em iene.

Augustin disse ainda que o Brasil não deve ser significativamente afetado por turbulências que afetam a Turquia. O país atravessa uma forte desvalorização da lira, a moeda local, e o banco central do país decidiu elevar a taxa de juros overnight para 12%, ante 7,75%. O secretário não fez comentários sobre o mercado de câmbio brasileiro.

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A Dívida Pública Federal (DPF), que inclui o endividamento externo e interno, teve um aumento de R$ 114,823 bilhões em 2013. O estoque subiu 2,58% em relação a novembro e 5,72% em relação a 2012, atingindo R$ 2,122 trilhões em dezembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo Tesouro Nacional. O aumento foi menor do que os R$ 142 bilhões registrados em 2012 quando a DPF fechou dezembro em R$ 2,008 trilhões.

A apropriação dos juros na DPF em 2013 somou R$ 218,021 bilhões. O impacto da correção dos juros no estoque da dívida só não foi maior porque o Tesouro fez um resgate líquido expressivo de títulos de R$ 103,197 bilhões. Essa retirada de papéis do mercado foi influenciada pelas dificuldades de venda de títulos ao longo do ano por conta das turbulências do mercado financeiro.

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A parcela da DPF atrelada a papéis prefixados (que têm taxa de juros definida no leilão de venda) subiu de 40% no final de 2012 para 42,02% e a participação de títulos vinculados à variação da inflação passou de 33,87% para R$ 34,53%. Juntos esses dois tipos de papéis - que são considerados melhores para a gestão da dívida - passaram de 73,87% em 2012 para 76,5% do total da dívida no final de 2013.

Essa melhora é destacada pelo Tesouro. Esses dois tipos de papéis ficaram dentro da banda definida no Plano Anual de Financiamento (PAF), documento que traz as metas para a gestão da dívida.

Já a participação de títulos vinculados à taxa Selic, as LFTs, que o governo quer diminuir do estoque para reduzir o risco de financiamento da dívida, caiu de 21,73% no fim de 2012 para 19 11% em 2013, ficando levemente acima da banda definida pelo PAF, que era de um intervalo de 14% (mínimo) a 19% (máximo).

Os papéis atrelados ao câmbio passaram de 4,4% para 4,35% ao final de 2013 e também permaneceram dentro da meta definida pelo PAF, de 3% a 5% do total da dívida. De acordo com os dados do Tesouro, a dívida interna fechou o ano passado em R$ 2,028 trilhões com alta de 2,83% ante novembro de 2013 e 5,55% acima de 2012.

A dívida externa teve queda de 2,61% em relação a novembro, mas subiu 0,17% em relação a 2012, chegando a R$ 94,68 bilhões em dezembro.

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O prazo médio da DPF subiu de 3,97 anos no final de 2012 para 4 18 anos em 2013, ficando dentro da banda do PAF, de 4,1 anos e 4 3 anos. A parcela da DPF a vencer em 12 meses subiu de 24,4% em 2012 para 24,82% no ano passado - também dentro da banda de 21% a 25%. O custo médio da DPF fechou o ano passado em 11,32% ao ano.