A dívida pública federal subiu 2,28% (ou R$ 40,3 bilhões) em setembro e atingiu R$ 1,808 trilhão. O aumento ocorreu devido a uma emissão líquida de títulos do governo (R$ 11,67 bilhões) e também à incorporação de juros que corrigem o estoque (R$ 28,67 bilhões).

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Segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (24), somente a dívida interna teve alta de 1,83%, chegando a R$ 1,723 bilhões. Já a dívida externa cresceu 12,44%, atingindo R$ 84,82 bilhões.

O perfil da dívida melhorou em setembro. A parcela prefixada do estoque, por exemplo, subiu de 34,82% em agosto para 35,24% no mês passado. Já os títulos remunerados por taxas flutuantes, como a Selic, tiveram sua participação reduzida de 32,49% para 31,71% no mesmo período. Os papéis remunerados por índices de preços caíram no total da dívida, passando de 28,59% em agosto para 28,44% em setembro.

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De acordo com relatório do Tesouro, os estrangeiros reduziram sua participação na dívida. Enquanto em agosto esses aplicadores detinham R$ 198,95 bilhões (ou 11,75% do total), em setembro, o montante foi de R$ 194,65 bilhões, ou 11,29%.

O documento do Tesouro mostra ainda que a parcela da dívida com vencimento no curto prazo (12 meses) subiu, passando de 23,47% em agosto para 24,9% em setembro. Já o prazo médio caiu de 3,71 anos para 3,67 anos na mesma comparação.

Crise não afeta trajetória da dívida, diz Tesouro

O agravamento da crise econômica mundial, entre agosto e setembro, não alterou em nada a trajetória da dívida pública brasileira, afirmou Fernando Garrido, coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública do Tesouro Nacional.

Para ele, o governo tem conseguido rolar sua dívida pública "independentemente" do cenário externo, "que, sem dúvida, piorou muito nos últimos meses".

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Os não residentes reduziram sua participação no total da dívida pública em R$ 4 bilhões entre agosto e setembro, na primeira redução mensal desde fevereiro. Para os técnicos do Tesouro, no entanto, este movimento não tem conexão com o agravamento da crise externa.

"O que ouvimos dos investidores estrangeiros é que o planejamento deles de investir no Brasil continua intacto", disse Garrido, ao comentar o resultado da dívida pública em setembro. "Nada mudou."