Dados econômicos sinalizam bom Natal
Aumentam os sinais de que as vendas de Natal poderão atingir um desempenho positivo neste ano, como acredita o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Além do pagamento do 13º salário para 69,9 milhões de pessoas, que deve agregar R$ 84,8 bilhões à economia nacional, a inadimplência das famílias dá mostras de estar recuando. Uma pesquisa da TeleCheque, companhia que analisa a liberação de crédito, apontou que foram honrados 97,76% dos cheques emitidos em outubro no país, 1,15% acima do contabilizado no mesmo mês de 2008. "Com isso, o varejo fica mais confiante e oferece mais promoções em valor e prazo", comenta o vice-presidente da TeleCheque, José Antônio Praxedes Neto.
Indústria
Por fim, outro dado animador para as vendas de fim de ano foi o crescimento de 1,1% no número de horas pagas aos trabalhadores da indústria em setembro, a maior alta na evolução mensal desde fevereiro do ano passado. Os dados, divulgados ontem pelo IBGE, informam que o nível do emprego industrial cresceu 0,4% no mesmo período e alta de 1,7% no valor da folha de pagamento.
Agência Estado
Dos cerca de R$ 85 bilhões que devem entrar na economia brasileira com o pagamento do 13º salário, a maior parte será usada para quitar dívidas. De acordo com pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), 64% dos consumidores afirmaram que usariam o pagamento para se livrar de contas atrasadas. O número é 6,6% maior do que na comparação com 2008.Na avaliação da Anefac, o resultado reflete que a crise, além de provocar retração econômica, aumento do desemprego e dificuldade ao acesso de crédito, trouxe uma elevação no endividamento dos consumidores. A pesquisa também revela que apenas 1% das pessoas pretendem poupar parte do seu 13º.
Na opinião do economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o padrão apontado pela Anefac deve se replicar no Paraná. Projeção do Dieese divulgada ontem mostra que o estado vai receber até o fim do ano, por conta do 13º salário, cerca de R$ 4,47 bilhões o equivalente a 2,54% do PIB estadual. "Aqui também a maioria das pessoas vai usar o pagamento para quitar dívidas. Em segundo lugar, as pessoas costumam gastar o 13º com presentes, festas de fim de ano e férias", disse Silva.
O economista alerta para a importância de se guardar parte do dinheiro para quitar as contas que surgem no início de 2010, como IPTU, IPVA e gastos com educação. "Do contrario, a pessoa gasta tudo e ainda se endivida no próximo ano." Ele reconhece, porém, que os baixos salários dos brasileiros dificultam a possibilidade de poupança. "Só no Paraná, mais da metade dos trabalhadores formais em 2008 ganhava menos do que dois salários mínimos. Como é que uma família grande, que ganhe mais ou menos isso, vai economizar alguma coisa do 13º salário?", questiona.
Evolução no PR
O valor total de pagamentos com o 13º salário no Paraná deve crescer 4,86% em relação a 2008, quando foi estimado em R$ 4,26 bilhões, segundo o Dieese. O aumento foi menor do que o brasileiro, que teve alta de 8,7%. Cerca de 4,25 milhões de pessoas irão receber o dinheiro extra, número que subiu 3,15%, acima do crescimento nacional, que foi de 2,4%. O valor médio de pagamento no estado atinge R$ 1.001, uma alta de 1,52% em relação a 2008. No Brasil, o valor ficou em R$ 1.150, subindo 4%.
Para Sandro Silva, o Paraná apresenta valores em geral inferiores aos brasileiros principalmente por conta do encolhimento dos setores agrícola e industrial, do qual o estado é bastante dependente. "Com a crise, o número de assalariados formais desses setores caiu muito aqui, puxando para baixo o volume de 13º salários. O volume de pagamentos cresceu mais para trabalhadores que ganham menos. O número de empregados domésticos que recebem 13º aumentou 29%", exemplificou.* * * * *
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