A distribuição de dividendos, que representa uma parte dos lucros das empresas destinada aos acionistas, registrou uma queda de 40,5% no Brasil no ano passado, segundo a gestora internacional de ativos Janus Henderson Investors. No total, foram liberados US$ 20,7 bilhões. Globalmente houve um crescimento de 5,6%, elevando o montante para US$ 1,66 bilhão.
Entre os responsáveis por essa queda no cenário brasileiro, destaca-se a Petrobras, que reduziu em US$ 10 bilhões os dividendos pagos aos acionistas. A petrolífera que figurou como a segunda maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, não apareceu entre as 20 primeiras em 2023. As três empresas líderes no ranking mundial foram americanas: Microsoft, Apple e Exxon Mobil.
A queda na distribuição de lucros da Petrobras não inclui a decisão da estatal de não pagar dividendos extraordinários, anunciada em 7 de março, que resultou em uma queda de cerca de 10% no valor das ações no dia seguinte e uma perda de valor de mercado superior a R$ 55 bilhões.
Outra empresa brasileira que já esteve bem posicionada no ranking mundial de pagadores de dividendos, a mineradora Vale, reduziu sua distribuição em US$ 1,2 bilhão. Em 2021, foi a oitava maior distribuidora mundial. A Ambev também diminuiu a liberação de recursos.
Os cortes nas distribuições das empresas brasileiras contrastam com o forte crescimento na distribuição de dividendos pelos bancos do país.
A Janus Henderson atribui o bom desempenho das instituições financeiras, em escala global, à capacidade de obterem lucros mais saudáveis com a normalização das taxas de juros, após anos de política monetária extremamente frouxa, com os melhores resultados vindos dos mercados emergentes.
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