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Telefonia móvel

Do bolso do paletó para a calça jeans

Fernando Simonetti comprou um Blackberry para usar o comunicador instantâneo e conversar com a namorada | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Fernando Simonetti comprou um Blackberry para usar o comunicador instantâneo e conversar com a namorada (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Foi por causa da namorada Isa­­dora que o estudante Fernando Simonetti, 21 anos, decidiu com­­prar um Blackberry. Desde então, o sonho do iPhone foi deixado de lado. "Acabei escolhendo o Blackberry pela facilidade no uso das mídias sociais. Acho que ele é um celular mais prático, mais simples", conta. Fernando é um exemplo da mudança de perfil que ocorre entre os usuários do smartphone da Research In Motion (RIM) – ele está deixando de ser apenas um item de executivos para ganhar espaço entre o público mais jovem.

O analista da consultoria de Tecnologia da Informação IDC Bruno Freitas confirma a mu­­dança. "Antes, tudo era restrito a early adopters [que compram as tecnologias logo que elas são lançadas] e ao público corporativo. Agora, os smartphones es­­tão chegando à classe C, que bus­­ca mobilidade: redes sociais, GPS, câmera, música."

Para Fernando, o telefone tem vantagens que outros celulares da nova geração não têm. O serviço de mensagens instantâneas do próprio aparelho – o BBM –, a facilidade para postagens no Twitter e Facebook e o manuseio do teclado são algumas delas. Em casa, a preferência pela marca é compartilhada pela irmã e pela mãe.

Quem também foi convencido a comprar o aparelho – só que pelos amigos – foi o estudante Guilherme Chomatas, 19 anos. E ele garante que não se arrepende da escolha. "Como muitos amigos tinham o Bla­ckberry, acabei comprando tam­­bém. Acho ele melhor que o iPhone, por causa da internet mais rápida e pelo BBM". Dono de um Blackberry Curve, Gui­­lherme diz que só trocaria o atual modelo por outro da mesma marca, mais recente e sem a tela touchscreen.

Mexendo nos celulares dos pais, filhos de executivos descobriram o BBM, de custo baixo, rápido e prático. O fenômeno surpreendeu a própria empresa, que passou a atender um público inesperado. Marcelo Godoy, organizador do festival Mobilefest, descobriu o serviço de mensagens instantâneas pelas filhas. "[Elas] usam até hoje para falar com a mãe e amigas. Desse jeito, acho que logo vou comprar um para mim também".

Aos poucos

O aumento da preferência pelo aparelho, porém, cresce aos poucos. A corrida pela mudança existe, na opinião do supervisor de loja de celular Alex Quei­­roz, de Belém (Pará), mas ainda há muito a ser feito. "Tem de se investir mais em recursos sociais e mídia", avalia. "Há al­­gum problema com os engenheiros de lá que não conseguem mudar os aparelhos, não se vê inovações concretas". Ele explica que empresários vão à loja para comprar um iPhone para ter o aparelho co­­mo secundário. "Só não mu­­dam definitivamente por causa da segurança que o Black­berry oferece."

Segundo pesquisa da IDC, a RIM, fabricante do Blackberry, é a quarta plataforma favorita dos desenvolvedores de aplicativos, atrás da Apple, Google e Microsoft. Atualmente, a loja de aplicativos Blackberry App World possui o quarto maior acervo de programas, com cerca de 18 mil apps, e uma taxa de 3 milhões de downloads diários.

O número de aplicativos para os smartphones, aliás, demonstram a grande expansão nas vendas destes aparelhos, não só Brasil, mas no mundo todo. Estima-se que a Android Market tenha atualmente mais de 134 mil aplicativos gratuitos para download em aparelhos que usam o sistema operacional do Google. A Apple App Store, pela qual é possível baixar aplicativos para o iPhone, tem algo em torno de 121 mil aplicações gratuitas.

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