Aplicativos
Fabricante está diante de encruzilhada
A fabricante do Blackberry está em uma encruzilhada. De um lado, o pacote de serviços de dados da Research in Motion (RIM), que inclui acesso à internet e o serviço de mensagem instantânea, é um dos principais fatores que influenciam a compra de seus smartphones atualmente. De outro, a empresa poderia expandir a atuação levando seus serviços on-line para plataformas dos concorrentes, como o Android e o iPhone.
Em março, o site de tecnologia "Boy Genius Report" alardeou que o Blackberry Messenger (BBM) ganharia aplicativos para Android e iPhone. Embora a empresa negue quaisquer planos de fazer isso, a abertura do serviço beneficiaria os 43 milhões de usuários ativos do Blackberry Messenger, que assim também poderiam se comunicar com as outras milhões de pessoas que têm iPhones e celulares do Google - como é possível fazer com aplicativos multiplataforma como o WhatsApp.
"O BBM tem sido um catalisador essencial para o crescimento do Blackberry. O primeiro celular de muitos adolescente de 13, 14 anos é um Blackberry por causa do BBM", disse o diretor da RIM para América Latina, Rick Costanzo, em entrevista durante a conferência Blackberry World, há duas semanas. "Queremos que o serviço seja só nosso. Não vamos abri-lo. E a realidade é que é um serviço muito complexo. Se abrirmos para os outros, podemos não dar conta [da quantidade de usuários]."
Plataformas
Para atender clientes corporativos, porém, a expansão para outras plataformas não parece ser um problema. No mesmo evento, a RIM anunciou a compra da empresa Ubitexx para levar o seu serviço corporativo para o Android e iPhone. A decisão, segundo o coordenador da área tecnológica da RIM, David Yatch, é para atender a "pedidos de empresas", que querem uma solução única para gerenciar os celulares dos funcionários, independentemente da plataforma.
"Nosso foco é nas pessoas", disse ele, respondendo se havia uma mudança de direcionamento para a RIM atingir um outro tipo de consumidor mais jovem. "O Blackberry tem uma participação enorme entre adolescentes, especialmente em países em que o BBM é extremamente popular, como Venezuela, Indonésia, Colômbia. No fim, o que acho que sempre fizemos bem é suprir a necessidade de comunicação das pessoas." (AE)
Foi por causa da namorada Isadora que o estudante Fernando Simonetti, 21 anos, decidiu comprar um Blackberry. Desde então, o sonho do iPhone foi deixado de lado. "Acabei escolhendo o Blackberry pela facilidade no uso das mídias sociais. Acho que ele é um celular mais prático, mais simples", conta. Fernando é um exemplo da mudança de perfil que ocorre entre os usuários do smartphone da Research In Motion (RIM) ele está deixando de ser apenas um item de executivos para ganhar espaço entre o público mais jovem.
O analista da consultoria de Tecnologia da Informação IDC Bruno Freitas confirma a mudança. "Antes, tudo era restrito a early adopters [que compram as tecnologias logo que elas são lançadas] e ao público corporativo. Agora, os smartphones estão chegando à classe C, que busca mobilidade: redes sociais, GPS, câmera, música."
Para Fernando, o telefone tem vantagens que outros celulares da nova geração não têm. O serviço de mensagens instantâneas do próprio aparelho o BBM , a facilidade para postagens no Twitter e Facebook e o manuseio do teclado são algumas delas. Em casa, a preferência pela marca é compartilhada pela irmã e pela mãe.
Quem também foi convencido a comprar o aparelho só que pelos amigos foi o estudante Guilherme Chomatas, 19 anos. E ele garante que não se arrepende da escolha. "Como muitos amigos tinham o Blackberry, acabei comprando também. Acho ele melhor que o iPhone, por causa da internet mais rápida e pelo BBM". Dono de um Blackberry Curve, Guilherme diz que só trocaria o atual modelo por outro da mesma marca, mais recente e sem a tela touchscreen.
Mexendo nos celulares dos pais, filhos de executivos descobriram o BBM, de custo baixo, rápido e prático. O fenômeno surpreendeu a própria empresa, que passou a atender um público inesperado. Marcelo Godoy, organizador do festival Mobilefest, descobriu o serviço de mensagens instantâneas pelas filhas. "[Elas] usam até hoje para falar com a mãe e amigas. Desse jeito, acho que logo vou comprar um para mim também".
Aos poucos
O aumento da preferência pelo aparelho, porém, cresce aos poucos. A corrida pela mudança existe, na opinião do supervisor de loja de celular Alex Queiroz, de Belém (Pará), mas ainda há muito a ser feito. "Tem de se investir mais em recursos sociais e mídia", avalia. "Há algum problema com os engenheiros de lá que não conseguem mudar os aparelhos, não se vê inovações concretas". Ele explica que empresários vão à loja para comprar um iPhone para ter o aparelho como secundário. "Só não mudam definitivamente por causa da segurança que o Blackberry oferece."
Segundo pesquisa da IDC, a RIM, fabricante do Blackberry, é a quarta plataforma favorita dos desenvolvedores de aplicativos, atrás da Apple, Google e Microsoft. Atualmente, a loja de aplicativos Blackberry App World possui o quarto maior acervo de programas, com cerca de 18 mil apps, e uma taxa de 3 milhões de downloads diários.
O número de aplicativos para os smartphones, aliás, demonstram a grande expansão nas vendas destes aparelhos, não só Brasil, mas no mundo todo. Estima-se que a Android Market tenha atualmente mais de 134 mil aplicativos gratuitos para download em aparelhos que usam o sistema operacional do Google. A Apple App Store, pela qual é possível baixar aplicativos para o iPhone, tem algo em torno de 121 mil aplicações gratuitas.
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