O dólar à vista, referência nas negociações do mercado financeiro, fechou esta quarta-feira em queda de 0,47%, cotado a R$ 1,978 na venda. Essa é a menor cotação de fechamento da moeda desde 14 de março, quando ficou em R$ 1,970 na venda.
O movimento do dólar no dia foi pressionado pela perspectiva de maior ingresso de capital estrangeiro na economia brasileira diante de um provável aumento da taxa básica de juros no curto prazo.
A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), subiu 0,47% em março, menos do que o previsto por analistas (0,5%). No acumulado em 12 meses, no entanto, o índice superou o teto da meta de 6,5% do Banco Central para o ano, chegando a 6,59%.
Os dados reforçaram expectativas de que a autoridade monetária vai elevar o juro básico nos próximos meses para segurar os preços, o que tornaria a economia brasileira mais atraente para capitais estrangeiros, puxando para baixo a cotação do dólar frente ao real.
Além disso, operadores ouvidos pela Folha de S.Paulo veem um cenário favorável para a entrada de dólares no país no segundo trimestre do ano por conta dos programas de afrouxamento monetário nos Estados Unidos e no Japão, o que também deve contribuir para a queda da cotação do dólar.
ChinaDo outro lado do mundo, as referências também foram positivas e alimentam o menor clima de aversão ao risco entre os investidores, diminuindo a demanda por dólar, que é considerado um investimento mais seguro.
A China registrou um déficit comercial moderado de US$ 884 milhões em março, uma vez que um aumento de 14,1% das importações na comparação anual ofuscou o crescimento de 10% das exportações, sinalizando que a demanda doméstica está ganhando a força necessária para impulsionar a recuperação econômica.
Dados da Administração de Alfândega divulgados hoje mostraram que as importações cresceram bem acima da expectativa de 5,2%, enquanto as exportações ficaram abaixo da previsão de aumento de 10,5% em pesquisa da Reuters.
