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O dólar encerrou em alta nesta quinta-feira (2), acompanhando os mercados internacionais após declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, levarem investidores a vender euros e comprar dólares apesar da redução nos juros básicos da zona do euro. O dólar ajustava-se ainda ao movimento visto no exterior na véspera, quando os mercados brasileiros ficaram fechados devido ao feriado do Dia do Trabalho, e dados ruins na China e nos Estados Unidos deixaram os investidores mais avessos a ativos de risco.

A moeda norte-americana fechou com alta de 0,42%, para R$ 2,0100 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,2 bilhões de dólares.

"A queda do euro se converteu em alta do dólar aqui", resumiu o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira.

O BCE reduziu as taxas de juros da zona do euro pela primeira vez em 10 meses nesta quinta-feira, em uma decisão amplamente esperada.

Após a decisão, Draghi surpreendeu muitos investidores ao afirmar que o banco está "tecnicamente pronto" para levar a taxa de depósito, atualmente zerada, para o território negativo.

As declarações arrastavam o euro para uma queda de 0,88 por cento frente ao dólar, uma vez que a medida afastaria recursos da zona do euro em favor de aplicações mais rentáveis.

"Teria um procura maior por dólares, porque você nunca pagaria para ter depósitos", disse o operador de uma corretora brasileira, sob condição de anonimato.

O movimento de alta do dólar neste pregão também foi impulsionado pelos maus resultados econômicos vistos na véspera.

Na quarta-feira, dados mostraram que o setor industrial da China desacelerou inesperadamente em abril e que o setor privado dos Estados Unidos fez menos contratações do que o esperado no período, puxando Wall Street para baixo.

O fortalecimento do dólar frente ao real não foi suficiente, no entanto, para que a divisa testasse o chamado teto informal da divisa. Segundo boa parte do mercado, o BC definiu uma banda cambial entre 1,95 e 2,03 reais com o objetivo de conter pressões inflacionárias sem, ao mesmo tempo, prejudicar a indústria.

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