A valorização global do dólar e a queda do preço das matérias-primas nesta sexta-feira (8) fizeram o dólar subir de modo acentuado e devolveram a taxa de câmbio para o patamar de R$ 1,60, na quinta alta consecutiva da moeda norte-americana.
No final do pregão, o dólar subiu 1% para o patamar de R$ 1,609. A alta acumulada na semana foi de 3,01%. Fatores externos explicaram a variação do câmbio. Segundo Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio do Banco Paulista, o mercado brasileiro acompanhou "basicamente a valorização (do dólar) em relação às demais moedas".
O dólar atingiu o maior valor em vários meses diante do iene e da libra esterlina. Moedas de países emergentes como peso chileno, peso mexicano e peso colombiano também se desvalorizaram ante o dólar. O euro caiu abaixo de US$ 1,50 pela primeira vez desde fevereiro.
Preocupação
Na pauta do mercado esteve a preocupação com a economia global. Na véspera, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que vê agora mais riscos ao crescimento econômico da zona do euro.
Com a perspectiva de uma atividade econômica mais fraca nas principais economias do mundo, a cotação das matérias-primas também despencou. O índice Reuters-Jefferies CRB de commodities caiu 3,03%. Caso se consolide a tendência de baixa do preço das commodities, a balança comercial do Brasil pode sofrer o impacto do preço menor de exportações agrícolas e de metais.
Para Postigo, no entanto, é preciso esperar a próxima semana para definir se ainda há espaço para a continuidade da alta do dólar e da queda das matérias-primas. "Vamos ver como fica o comportamento das moedas", disse.
O Banco Central fez um leilão de compra de dólares no final da sessão. Segundo um operador, foi aceita uma das propostas divulgadas, com taxa de corte de R$ 1,6113.
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