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São Paulo (Das agências) – As atuações diárias do Banco Central estão reduzindo a liquidez do mercado de câmbio. Com isso, o dólar subiu 1,65% ontem e fechou a R$ 2,337 – maior cotação desde 5 de setembro deste ano. Foi a oitava alta seguida. Neste período, a divisa acumulou valorização de 7,34%.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi negociada a R$ 2,350, uma alta de 2,2%. Dos 12,5 mil contratos de "swap cambial reverso" ofertados ontem pelo Banco Central, 10,5 foram adquiridos pelo mercado – equivalentes a US$ 525 milhões. A operação tem o efeito de uma compra de dólares no mercado futuro e os investidores ganham com a diferença entre a variação do câmbio e dos juros. Esses títulos são chamados de "reversos" porque o mais comum é o Banco Central receber uma taxa de juros e pagar a variação do câmbio.

Segundo analistas, as atuações diárias do BC estão "enxugando a liquidez" do mercado, o que faz o dólar subir. Ontem a instituição comprou também no mercado à vista.

Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, ressalta também que o mercado operou como se esta fosse praticamente a última semana do ano, "deixando o mínimo possível para a próxima semana". "Em razão disto, as tesourarias, que ainda tinham um saldo de posição vendida acima do que se imaginava, continuam na dinâmica de cobertura, e com a permanência do BC atuando na mesma linha com seus leilões de ‘swaps reversos’ e leilões de compra de dólares no mercado físico, a moeda americana tem persistido no processo de apreciação do seu preço, refletindo a pressão", avalia.

"O mercado queria uma trégua nessas compras de dólares, mas o BC está mostrando que os leilões vão continuar. Quem apostava que R$ 2,30 seria o teto do dólar teve uma surpresa", diz Hideaki Iha, da corretora Souza Barros. Segundo Iha, o fato de o dólar ter superado com facilidade o patamar dos R$ 2,30 levou parte do mercado a iniciar operações de "stop loss" (interrupção de perdas). Para ele, é o BC quem determinará até onde vai a alta do dólar. Por enquanto, é certo que se ele se retirar da ponta compradora, a tendência do dólar é cair.

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