O dólar opera em queda nesta segunda-feira (18) e ameaça romper o patamar de R$ 1,90. A entrada de recursos e o dia positivo nos mercados externos sustentam o movimento da moeda norte-americana.
Às 10h59, o dólar caía 0,37% e era vendido a R$ 1,905. Logo na abertura, a moeda chegou à mínima de R$ 1,900. A moeda não é cotada abaixo de R$ 1,90 desde novembro de 2000.
"Com esse excesso de liquidez mundial, o fluxo de dólares para o país continua bastante alto. Além disso, os números de inflação lá fora (nos Estados Unidos) vieram bons na sexta-feira e isso colocou o mercado de bom humor. Agora a expectativa é que venha abaixo de R$ 1,90", disse Mario Paiva, analista de câmbio da corretora Liquidez.
No exteriorAs bolsas de valores norte-americanas subiam levemente nesta segunda-feira com rumores sobre aquisições de empresas.
A melhora do cenário externo, segundo o operador de câmbio de uma corretora nacional que preferiu não ser identificado, renovou o ânimo dos investidores estrangeiros, o que contribuía para a queda do dólar.
"Eles tinham dado uma diminuída boa (nas posições vendidas) naqueles dias de estresse, quando o dólar chegou a bater R$ 1,97, mas voltaram a vender desde quarta-feira", disse.
O operador lembrou que a aproximação do piso de R$ 1,90 pode provocar uma atuação mais forte do Banco Central, com possíveis leilões de swap cambial reverso (operação que funciona como uma compra de dólares no mercado futuro). Nos últimos dias, a autoridade monetária tem realizado somente leilões de compra de dólares no mercado à vista, nos últimos minutos de sessão.
Paiva, entretanto, disse não acreditar em uma maior presença do BC no mercado. "O BC não tem meta cambial, ele tem meta de inflação e trabalha com o câmbio flutuante. Isso o presidente do BC deixou claro", disse.