A piora do mercado internacional durante a tarde desta terça-feira manteve o dólar acima de 1,80 real, anulando a queda de mais de 1 por cento da moeda norte-americana pela manhã desta terça-feira (18).
O dólar terminou o dia em alta de 0,55 por cento, a 1,822 real. Na mínima, quando o cenário internacional era mais favorável, a divisa chegou a cair a 1,786 real, com baixa de 1,43 por cento.
Enquanto o mercado de câmbio fechava, o Ibovespa caía mais de 3 por cento e o euro era cotado no menor valor em quatro anos, abaixo de 1,22 dólar.
De acordo com operadores no exterior, a razão para o enfraquecimento do euro após uma breve recuperação pela manhã era a proibição de vendas a descoberto de títulos de governos da zona do euro e de outros ativos pela Alemanha.
Nos Estados Unidos, a possibilidade cada vez mais próxima de uma aprovação da reforma do sistema financeiro também pesava sobre os índices de ações, que caíam mais de 1 por cento.
"O risco de contágio da crise grega, embora mitigado pelo pacote de 750 bilhões de euros, continua a incomodar os investidores globais, que reforçam suas posições em ativos denominados em dólar", afirmou a LCA em relatório. A consultoria, no entanto, mantém a projeção de que o câmbio vai oscilar em torno de 1,80 real até o fim do ano.
De acordo com Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da corretora Hencorp Commcor, a breve melhora do mercado pela manhã aconteceu por causa da transferência de 14,5 bilhões de euros da União Europeia à Grécia.
"Com a primeira tranche que deram para a Grécia, o mercado amanheceu mais tranquilo... (As autoridades europeias) estão dando o remédio. Mas o doente (Grécia) continua mal", disse.
O volume de operações no mercado à vista ganhou corpo, aproximando-se de 3 bilhões de dólares, de acordo com dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa a poucos minutos do fim das operações. A média nos dias anteriores de maio estava em 2,4 bilhões de dólares.