O dólar encerrou o pregão cotado a R$ 5,51, alta de 1,20%, após Lula questionar corte de gastos e criticar mercado financeiro.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
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O dólar encerrou o pregão desta quarta-feira (26) cotado a R$ 5,5191 na venda, alta de 1,20%. Este é o maior valor de fechamento desde 18 de janeiro de 2022, quando a moeda norte-americana atingiu R$ 5,55. Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou o corte de gastos e afirmou que o mercado financeiro “sempre precifica a desgraça”.

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As declarações não foram bem recebidas pelos investidores. Além disso, a valorização global do dólar permaneceu após o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, sinalizar que os cortes de juros devem ocorrer apenas em setembro deste ano. A diretora do Fed, Michelle Bowman, defendeu nesta terça (26) que a manutenção da taxa de juros estável "por algum tempo" provavelmente será suficiente para controlar a inflação.

O dólar abriu a manhã cotado a R$ 5,46, mas disparou para R$ 5,50 em menos de meia hora, com a valorização no exterior e quase que simultaneamente à entrevista de Lula ao portal UOL. Na máxima do dia, por volta das 10h49, a moeda alcançou os R$ 5,52 e oscilou até o meio da tarde, quando chegou a R$ 5,51.

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“O problema não é que tem que cortar. O problema é se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão”, disse o presidente. Ele também descartou a desvinculação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) do salário mínimo e reforçou as críticas ao Banco Central. Na semana passada, o Copom manteve a Selic em 10,5%, interrompendo o ciclo de cortes que começou em agosto de 2023.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, alvo de críticas recorrentes do petista, terminará seu mandato no final deste ano. Lula afirmou que a indicação do novo chefe da autoridade monetária não será para o mercado. “[Será] aos interesses do Brasil, e o mercado é que tem que se adaptar a isso”, disse o chefe do Executivo.

Ibovespa fecha pregão com leve alta

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou alta de 0,25% no fim da sessão, a 122.641,3 pontos. Durante o pregão, o Ibovespa atingiu a mínima de 121.402,00 pontos e a máxima de 122.701,2 pontos. O resultado foi impactado pelo bom desempenho de empresas exportadoras, que acompanharam a alta do dólar.

No cenário interno, os destaques foram para as ações da Usiminas, com alta de 3,32%, e para a Vale, que subiu 1,24%. O volume financeiro do Ibovespa somou R$ 19,3 bilhões. O mercado financeiro não chegou a reagir ao anúncio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial no país, que ficou em 0,39% em junho deste ano, abaixo do esperado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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