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Impacto

Dólar atinge R$ 5,46; maior valor em quase 2 anos com críticas de Lula ao BC

Dólar fecha em R$ 5,46; maior valor em quase 2 anos com críticas de Lula ao BC
O dólar foi impactado pelas novas críticas de Lula ao Banco Central e pelo avanço das cotações também no exterior. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil.)

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Nem mesmo a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na véspera, que fez o dólar chegar a cair 1% no início do dia, evitou que a moeda norte-americana fechasse novamente em alta nesta quinta-feira (20). O dólar à vista encerrou o pregão cotado a R$ 5,4618 na venda, em alta de 0,39%.

Este é o maior patamar em quase dois anos, desde 22 de julho de 2022 – ainda no governo Bolsonaro – quando encerrou em R$ 5,4976. O resultado foi impactado pelas novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e pelo avanço firme das cotações também no exterior.

No início da sessão o dólar registrou uma queda firme ante o real, com o mercado aliviando parte das pressões recentes após a decisão unânime do Copom, de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de sete cortes consecutivos de juros.

“O mercado abriu bem positivo, refletindo a decisão do Copom de ontem [quarta-feira], que foi unânime, e tirando um pouco do risco de alta da Selic [à frente], que vinha sendo precificado”, comentou durante a tarde Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank. “Tanto é que os juros [futuros] curtos fecham mais que os longos. O câmbio foi na mesma linha, abrindo com a queda do dólar”, acrescentou.

Ao longo da manhã, no entanto, ficou claro que o alívio nas cotações seria limitado. A moeda norte-americana virou para o positivo pouco depois das 12h, enquanto Lula dava entrevista a uma rádio do Ceará. Nela, ele voltou a questionar a autonomia do Banco Central e disse que a decisão do Copom, interrompendo o ciclo de cortes da Selic, "foi uma pena" para o Brasil.

Ibovespa registra leve alta

A virada do dólar para o positivo coincidiu com a desaceleração do Ibovespa, em especial entre as ações sensíveis à curva de juros brasileira, e com a redução da queda dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). O Ibovespa fechou o dia com uma alta discreta, sustentada pelo avanço das ações da Petrobras.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,15%, a 120.445,91 pontos, após chegar a 121.606,64 pontos na máxima pela manhã. No pior momento, chegou a 120.156,30 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,1 bilhões.

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