São Paulo O dólar fechou ontem com a cotação no nível mais baixo em sete anos, desde 13 de setembro de 2000. Nessa data, a cotação da moeda americana ficou em R$ 1,832. Ontem fechou a R$ 1,834, com queda no dia de 0,49%. A desvalorização do dia teve a contribuição de um fator técnico. No último dia útil do mês se define sempre a "ptax", a cotação do dólar utilizada na liquidação dos contratos futuros, no caso, os de outubro, na segunda-feira. Assim, o desempenho da moeda reflete, sobretudo, os interesses de investidores nesses contratos.
Mas o fato é que, como tendência de médio prazo, o mercado continua prevendo trajetória de queda para os preços da moeda americana por causa do excesso de oferta. O dólar entra no país via não só o ingresso para investimento na Bolsa de Valores, mas também em títulos de renda fixa e no setor produtivo. Até 25 de setembro, a movimentação de capital estrangeiro na Bolsa paulista mostrava saldo positivo de R$ 2,630 bilhões compras no montante de R$ 25,343 bilhões e vendas de R$ 22,712 bilhões.
Para analistas, a queda do dólar vai ajudar a tirar a pressão sobre os preços e os índices de inflação. A alta dos índices vem inquietando o segmento de renda fixa, onde as aplicações vêm oferecendo rendimento abaixo da inflação, e aumentando a probabilidade de que o Banco Central faça neste mês o último corte do ano na taxa básica de juro (Selic) ou até mesmo interrompa a série de cortes. A taxa Selic está em 11,25% ao ano.
Bovespa lidera
As aplicações vinculadas à Bovespa, que depois de recordes caiu 0,96% ontem, lideram com folga o ranking dos investimentos mais rentáveis do mês de setembro. O indicador Ibovespa, referência da maior parte dos fundos de renda variável, também supera os demais no acumulado deste ano.
Setembro foi um mês de virada para a Bolsa de Valores. A crise do mercado de crédito imobiliário americano perdeu muito de sua força já no final de agosto e permitiu que as ações voltassem a valorizar. Dessa forma, o Ibovespa, indicador que acompanha os preços dos ativos mais negociados, valorizou 10,67% no mês.
O mercado teme dizer que a crise financeira acabou, mas admite que o banco central dos EUA ajudou muito, ao cortar os juros de forma agressiva.