Depois de atravessar um dia instável, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou hoje em leve baixa de 0,15%, a 53.100 pontos. Assim como no exterior, os investidores demonstraram preocupação em relação à ausência de debates sobre a paralisação do governo americano.

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"O foco atual é o impasse nos EUA, já que 17 outubro é a data máxima para eles não darem calote. A probabilidade [de que o calote aconteça] é baixa, mas existe. Assusta o fato de eles terem deixado ocorrer a paralisação pela primeira vez em 17 anos, por isso até essa data os mercados devem continuar com volatilidade", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.

O impasse nos EUA alimentou apostas de que o banco central do país manterá seu programa de estímulo por mais tempo, o que adiaria uma restrição na oferta da moeda americana nos emergentes.

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Isso fez com que o dólar comercial, usado no comércio exterior, fechasse em queda de 1,57% em relação ao Real, para R$ 2,194 --menor valor desde 26 de junho deste ano, quando estava em R$ 2,189. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, registrou baixa de 0,75%, a R$ 2,204.

Na última hora de negócios, a queda se intensificou ainda mais após o presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, sugerir que o ciclo de aperto monetário poderia ser mais longo do que o esperado, o que atrairia mais dólares para o país, em entrevista à Bloomberg.

Ajudou ainda o fato de o Banco Central ter realizado pela manhã um leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A autoridade vendeu, ao todo, 10 mil contratos com vencimento em 3 fevereiro de 2014, por US$ 498,1 milhões. A operação estava prevista pelo plano da autoridade para conter a escalada do dólar.

Ações

Liderando a ponta positiva do Ibovespa no dia, os papéis mais negociados da Oi tiveram ganho de 5,21%, a R$ 4,44, depois que a companhia e a Portugal Telecom assinaram memorando de entendimentos para a fusão das duas teles, que formarão um grupo multinacional chamado de CorpCo.

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"Em suma, a Portugal Telecom entra com ativos avaliados em R$ 6,1 bilhões e a Oi necessita realizar oferta de ações no montante de cerca de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões, via emissão de ações, para realizar o aumento de capital. Atualmente o valor de mercado da Oi é de R$ 7 bilhões, logo a oferta de ações, caso o minoritário não acompanhe, terá seu percentual reduzido a metade de participação após a oferta", explica William Alves, analista-chefe da XP Investimentos, em relatório.

Mesmo vendo como bastante relevante o fato da eliminação de conflito entre Oi e os acionistas controladoras a respeito do uso de caixa da empresa, Alves acredita que a oferta de ações necessária para conclusão desta operação deverá pressionar as ações da Oi no curto prazo.

"Vale lembrar que todas as operações exigem a aprovação de organizações estatuais e que os termos podem mudar a fim de ganhar essa aprovação", acrescenta.Do outro lado do Ibovespa, os papéis do grupo EBX, de Eike Batista, lideraram as perdas do índice.

As ações da petroleira OGX caíram 8,33%, a R$ 0,22, depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da empresa, que decidiu não pagar juros remuneratórios no valor de cerca de US$ 45 milhões decorrentes de bônus emitidos no exterior.Outras empresas de Eike também caíram no dia, como MMX (-6,71%), LLX (-4,88%) e, fora do Ibovespa, OSX (-1,69%).