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Consumo

Dólar baixo barateou preço do vinho e consumo subiu

Curitiba – Os primeiros meses do inverno movimentaram as seções de vinhos dos supermercados de Curitiba. Lojas do Big, Mercadorama e Condor já comemoram o crescimento das vendas na comparação com os meses anteriores e também com o ano passado – o que surpreende, pois neste ano o frio contrariou a tradição da cidade e chegou mais tarde, somente após o início oficial da estação.

No Condor, o faturamento desde o fim de maio é 10% superior ao do mesmo período de 2004. De acordo com o gerente comercial do supermercado, Carlos Bernardo Ferreira, a explicação está no preço baixo. "A desvalorização do dólar barateou os vinhos importados, e temos negociado diretamente a importação das bebidas, conseguindo melhores condições de pagamento." Com isso, fica mais fácil atrair consumidores menos tradicionais do produto – e são eles os principais responsáveis pelo crescimento do consumo.

No Big e no Mercadorama, as vendas de julho aumentaram 8% em relação ao ano passado. Considerando-se somente os vinhos populares, o incremento foi de 11%. O gerente de mercearia das duas redes, João Luiz de Matos, reconhece que a ocorrência de alguns dias mais quentes limitou as vendas. Mas estima que, se as temperaturas ficarem baixas até o fim do próximo mês, o desempenho entre maio e agosto poderá superar em até 22% o do inverno passado.

César Heiden, proprietário da adega Queijos e Vinhos, do Mercado Municipal, informa que, de maio para junho, as vendas cresceram 15% – a expectativa é de aumento de 10% em relação ao inverno passado. Além do crescimento natural do consumo de vinhos no Brasil nos últimos anos, ele atribui essa perspectiva aos preços baixos, especialmente de importados do Chile e da Argentina. "Por R$ 10, você encontra bons vinhos desses países. Já os brasileiros de boa qualidade estão custando R$ 20."

Vinícolas

Na Vinícola Campo Largo, fabricante das marcas Campo Largo e Do Avô, o clima também é de otimismo. De acordo com o coordenador de vendas Sérgio Guarita Filho, as vendas estão em ascensão nos últimos meses e a receita deste mês só não vai superar a de julho do ano passado porque "aquele foi um mês excepcional". Entre as razões para o sucesso, ele destaca a degustação oferecida em supermercados e ações de merchandising realizadas em bares.

Mas, em um setor em que a procura cresce conforme as temperaturas caem, a satisfação não é um sentimento unânime: alguns comerciantes alegam que, se o frio tivesse chegado antes, como em 2004, as vendas estariam melhores. "No ano passado o movimento era maior. Além disso, o consumidor está cauteloso", lamenta Lurdes Dall'Armi, da Vinhos Dall'Armi.

Mas a empresa, fundada na década de 20 do século passado por imigrantes italianos, conta com um trunfo: o "quentão industrializado", que só precisa ser aquecido para ficar pronto e que, segundo Lurdes, se mantém como sucesso de vendas ano após ano. Primeira vinícola do país a registrar o produto, no início dos anos 90, a Dall'Armi vende garrafas de 720 ml por R$ 5, enquanto os garrafões de 4,6 litros saem por R$ 15.

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