Ponta Grossa O Paraná é o maior produtor de trigo do Brasil, seguido pelo Rio Grande do Sul, mas as estimativas divulgadas nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para a safra em curso revelam o recuo paranaense e o avanço da produção do segundo colocado. A previsão de produção no Paraná caiu 7,5% em relação à estimativa de abril, enquanto para o Rio Grande do Sul a estimativa é 36,5% maior. Dólar baixo favorável à importação do trigo argentino e canadense e insumos em alta são as principais causas da retração, segundo os produtores paranaenses.
Nas duas últimas safras, a produção de trigo no Paraná foi prejudicada pelo clima seco. Diante dos prejuízos, os triticultores reduziram a área plantada. Enquanto no ano passado ela foi de 885 mil hectares, nesta safra deve baixar para 852 mil hectares.
Na região de Ponta Grossa (Campos Gerais), onde o plantio ocorre agora, devem ser cultivados 85 mil hectares neste ano. Na safra anterior, conforme o responsável pelo Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo de Ponta Grossa da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), José Roberto Tosato, a previsão era de 110 mil hectares. A queda ajuda a desanimar os produtores.
O agricultor Roberto Buher, de Ponta Grossa, deixa de plantar trigo pelo segundo ano consecutivo. "Para não sofrer prejuízo teria que produzir pelo menos 3 mil quilos por hectare", argumenta. Mas, com o aumento no custo de produção, representado principalmente pela alta do fertilizante (estimada em 40%) e do agrotóxico (25%), Buher resolveu não arriscar e, para não deixar a terra parada, plantou aveia. O produtor Hebert Geier prefere esperar as culturas de verão. "O trigo não tem mais preço, não adianta insistir", lamenta.
Já o produtor Elvin Kruger, de Ipiranga (Campos Gerais), está plantando trigo numa área de 60 hectares para não sair do sistema de rotação de culturas. Ele abandonou o cereal nos últimos três anos. Kruger ainda não sabe se terá rentabilidade.
Das 4 milhões de toneladas de trigo que deverão ser produzidas neste ano no país, pelo menos 2,1 milhões sairão do Paraná, que já está com 84% do produto semeado. Se o clima ajudar, a produção paranaense poderá ser 70,1% maior que a do ano passado.
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