O Paraná cresceu menos do que o Brasil em 2004 e perdeu participação no bolo nacional do Produto Interno Bruto (PIB). Naquele ano, o conjunto de todas as riquezas do estado somou R$ 108,7 bilhões, o que representa 6,2% do total nacional, ante 6,4% em 2003. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem o dado oficial, a modesta evolução do PIB do Paraná (3,2%), ante os quase 5% registrados pelo país, deveu-se à queda de produtividade da agropecuária.
O coordenador de economia do Centro Universitário Unifae, Gilmar Lourenço, acrescenta a influência da retração do preço do dólar diante do real, iniciada no segundo semestre daquele ano, e do aumento de participação de estados como Bahia, Ceará e Rio de Janeiro.
Apesar das perdas com o clima e o câmbio, que afetaram também a produção de 2005 e 2006, a pesquisa do IBGE permite visualizar o aumento da importância da agropecuária para o estado. Em 2001, o setor representava 13% do PIB, valor que saltou para 18,4% em 2004. De acordo com o assessor econômico da Organização das Coperativas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti, o crescimento se refere às boas safras de 2002 e 2003 e aos ótimos preços no mercado internacional no período. "Em 2003 a produção de grãos foi de 30 milhões de toneladas, valor do qual devemos nos aproximar em 2007", espera.
Outro segmento que aparece na pequisa com grande crescimento é o de transações imobiliárias. De 1985 a 2004, o PIB gerado por estes serviços cresceu 193%, acima da média nacional, de 174%. Para o diretor de comunicação da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Fernando Thá, o "boom" do setor foi registrado de 1994 a 2000, quando as montadoras de veículos e outras indústrias se instalaram no estado. Mas, ao contrário do que aconteceu com a agropecuária, a participação da atividade imobiliária no PIB do estado caiu de 11,1% para 8,5% entre 2001 e 2004. "A construção civil sofreu forte retração nos últimos anos", explica.
Para a população, o que importa é o índice que relaciona o crescimento da economia com a qualidade de vida. O PIB per capita (divisão do PIB pelo número de habitantes) subiu de R$ 9,8 mil em 2003 para R$ 10,7 mil em 2004. Os dois valores são semelhantes ao PIB per capita nacional. Mas, no ranking dos estados, em 2004 o Amazonas ultrapassou o Paraná, que caiu do 6.º para o 7.º lugar.