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Turismo

Dólar baixo impulsiona a venda de passagens para o exterior

As viagens internacionais terão um novo grande salto em 2006, depois do aumento registrado em 2005, de 3,05 milhões para 3,89 milhões de passagens vendidas. A taxa de câmbio favorável, com o dólar gravitando em torno dos R$ 2,15, dá o tom da euforia, que aumenta a partir deste mês. O encarecimento dos pacotes e das passagens a serem vendidas, por conta da alta temporada, só tende a ajudar o setor.

A operadora CVC Turismo vendeu 68% mais pacotes em outubro do que no mesmo período do ano passado, quando o dólar era cotado a R$ 2,25. De acordo com uma gerente, todas as viagens cujo preço é atrelado ao dólar estão vendendo praticamente o dobro.

"Nunca vi essa gente viajar tanto", diz a superintendente da Turismo DKlassen, Sandra Paulin. O destino de quase todos os 33 pacotes vendidos este mês pela empresa foi a Europa, onde os brasileiros têm entrada livre como turistas. "Quem quer ir para os Estados Unidos e não tem visto só vai conseguir viajar em janeiro ou fevereiro, por causa da fila", explica.

Um administrador que prefere não se identificar decidiu fazer agora a sonhada viagem para o Velho Continente por conta do dólar baixo. O preço compensou, mesmo em alta temporada. "Gostei das opções de restaurantes, hotéis, passeios... e do real valorizado", diz, depois de ter gasto cerca de R$ 18 mil para viajar com mais duas pessoas para Itália e Suíça.

O apelo das operadoras aumenta com a proximidade do Natal, quando quem pode viajar para fora do país aproveita o dólar barato para trazer a mala cheia de presentes. A CVC oferece o pacote de quatro noites para Nova Iorque por US$ 1.388 até 10 dezembro, último dia de baixa temporada na TAM. Para o mesmo destino, a MGM tem pacote de sete dias, incluindo a virada do ano, por US$ 2.069. Para Buenos Aires, as passagens de fim de ano já estão praticamente esgotadas.

A empresária Sueli Taniguchi, que embarcou no sábado para o estado de Massachussetts, nos EUA, foi a trabalho. Ela tratará da assistência técnica de uma máquina de sua fábrica de bobinas e solenóides, a Entran. Mas o desejo de conhecer o Central Park e a Broadway, além da vontade das filhas de ganhar presentes importados, estenderam a viagem a Nova Iorque, e com a companhia do marido. Sueli resolveu aproveitar um pacote com sete noites de estadia, traslados e city-tour por R$ 10,5 mil. Para as compras extras, ela fez uma previsão de US$ 4 mil. "Elas querem lingerie e cosméticos Victoria’s Secret e bolsas Puma. Eu quero um aparelho de GPS (global positioning system, sistema que determina a localização de uma pessoa a partir do rastreamento por satélites)."

Muita gente já agendou e pagou pela viagem que fará no início do ano que vem. "Existe o temor de que o câmbio aumente com a reeleição do presidente Lula", conta a agenciadora Zoé Decks, da Yellow Viagens e Turismo. Com pilhas de passagens em sua mesa, ela tem passado até 12 horas na agência para dar conta do trabalho. "Não posso desligar o telefone, senão perco contato com as companhias aéreas", diz.

No caso de Sueli, a conta será paga com a cotação do dólar na data do vencimento do cartão de crédito. "Analisei o que ocorreu na última eleição e resolvi apostar na manutenção do preço", diz.

Dentro do Brasil

Já a procura por trechos domésticos caiu 3% este mês na CVC. "O turismo nacional ainda está muito caro", diz a professora de agenciamento da Faculdades Curitiba, Cláudia De Stefani. "Para muita gente que viajava só dentro, o câmbio baixo foi o fator decisivo para sair do país."

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